A Juventude Popular (JP) de São Miguel está preocupada com a pressão actual existente no sector da alimentação animal, causada pelo aumento do preço das matérias-primas, que pode comprometer o futuro das explorações leiteiras dos Açores.
Para a JP, uma das formas de conseguir reduzir os custos “é tornar o maneio da pastagem mais eficiente. Quanto aos custos de produção, não temos qualquer dúvida de que o apoio técnico ao lavrador é seguramente o investimento com maior retorno, que permitirá à Região ter uma lavoura mais sustentável”. “O sector agrícola na Região deve ter um objectivo: alcançar competitividade, sustentabilidade e qualidade”.
Em nota de imprensa enviada pelo CDS Açores, a JP refere que “o agravamento do preço do petróleo tem vindo a contribuir para o aumento dos custos intermédios da produção, comprometendo a viabilidade das empresas da fileira, conduzindo à diminuição de efectivos, à redução de actividade e a abandonos da actividade, sobretudo dos mais jovens que iniciaram recentemente a sua actividade. Além da conjuntura internacional o sector das rações sofre, ainda, os efeitos da conjuntura nacional”.
Dizem os jovens centristas que, com a crise da pandemia e o novo confinamento imposto no início do ano, a par da ausência de turistas, “verificou-se uma quebra no consumo de produtos de origem animal. Com isto, a produção pecuária tem mais custos ao manter os animais durante mais tempo nas explorações e, assim, dificuldade em acompanhar o aumento do preço das rações”.
Aumento do preço da ração
Segundo informações já publicadas por empresas do sector, a JP apurou que os aumentos por tonelada de ração estão entre os 50 e os 60 euros, o que “apenas reflecte parcialmente os agravamentos que se estão a sentir e que, gradualmente, serão cada vez mais difíceis de resolver”.
Para a JP “a única forma de nos tornarmos verdadeiramente competitivos no sector do leite é, por um lado, reduzir os custos de produção, e por outro, agregar valor, tanto pela sua transformação em produtos lácteos de excelência, como pela valorização dos atributos que o leite dos Açores tem”.
Os jovens centristas salientam ainda que os dados estatísticos indicam que a percentagem de jovens a trabalhar no sector agrícola dos Açores é três vezes superior à média do continente e que a “agricultura constitui uma das maiores fontes de emprego da Região. A actividade agrícola é aliás a principal responsável pelo desenvolvimento rural”.
Por outro lado, defendem que “há que produzir os animais na pastagem. Só assim continuaremos a ter leite com maior qualidade e merecedor de uma boa margem de lucro. Não nos podemos esquecer de que o pastoreio é a imagem de marca dos Açores”.
Agricultura e Mar Actual