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CDS quer saber porque se cortaram pinheiros saudáveis na Tocha e na Serra da Lousã

Os deputados do CDS João Gonçalves Pereira e Cecília Meireles questionaram o ministro do Ambiente e Acção Climática sobre cortes de pinheiros na Tocha e na Serra da Lousã.

Em relação ao corte no parque de merendas das Berlengas, na Tocha, junto à pista de ciclismo, os deputados tem a “confirmação de que os pinheiros estavam saudáveis e foram cortados por ordem do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)”.

Questionam depois se a tutela confirma que havia um pedido, da parte da Câmara Municipal de Cantanhede e da Junta de Freguesia da Tocha, mas para corte de pinheiros queimados e em risco de cair para a pista de cicloturismo e pedonal.

João Gonçalves Pereira e Cecília Meireles querem saber se houve da parte do ICNF alguma visita ao terreno e consequente identificação das árvores a cortar, e se não, como foi feita a selecção, e se o ICNF avisou a autarquia de que o corte das árvores iria ser feito, e se não, qual o motivo.

Por fim, questionam “quem assumirá agora a responsabilidade pelo corte, alegadamente indevido, de árvores saudáveis”.

Serra da Lousã

Quanto ao corte de pinheiros no centro da Serra da Lousã, em área da Rede Natura 2000, os deputados querem saber se o ministro tinha conhecimento e se foi pedida autorização ao ICNF para a realização deste corte, e se sim, porque não foi o mesmo comunicado à autarquia.

Questionam também que medidas foram tomadas pelo Ministério face às denúncias da Câmara Municipal da Lousã, ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA/GNR), ao ICNF e à Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), relativas à circulação de veículos pesados nas estradas da serra sem a respectiva autorização, e, por fim, querem saber se têm fundamento as preocupações da Associação de Recuperação do Talasnal (A.R.T.) quanto à exposição ao perigo de parte do habitat de veados, corsos e javalis, bem como uma eventual erosão mais acelerada daquela vertente da serra e a provável invasão dos terrenos por acácias, e se sim, que medidas pondera a tutela tomar para evitar que tal aconteça.

“Foram esta semana reportados, através de duas notícias, uma no Diário de Coimbra e outra no Diário As Beiras, os cortes de pinheiros na Tocha e na Serra da Lousã”, dizem os deputados centristas em comunicado.

Na Tocha, o corte das árvores realizou-se no parque de merendas das Berlengas, junto à pista de ciclismo. De acordo com o presidente da Junta de Freguesia da Tocha, citado na notícia, foi chamada a GNR para identificar os madeireiros, tendo sido dito às autoridades que cumpriam ordens do ICNF.

A revolta do autarca prende-se com o facto de o ICNF ter mandado cortar pinheiros bons, “pinheiros verdes, com o argumento que iam secar, mas deixaram ficar os pinheiros queimados e secos, que ali ficaram desde os incêndios de Outubro de 2017”.

Tanto assim, que refere que a Câmara Municipal de Cantanhede e a Junta de Freguesia da Tocha tinham solicitado ao ICNF o corte dos pinheiros queimados e em risco de cair para a pista de cicloturismo e pedonal.

O autarca lamenta ainda que se tenham cortado muitos pinheiros, não sabendo ao certo quantos.

Quanto ao corte na Serra da Lousã, de pinheiros e eventualmente outras espécies florestais, foi denunciado pela A.R.T., uma das Aldeias do Xisto do concelho da Lousã.

Cortes

Acrescenta o mesmo comunicado que os cortes estarão a “ser realizados a mando de uma empresa proprietária de cerca de 40 hectares de terrenos situados no meio da Serra da Lousã e está a preocupar residentes e proprietários de alojamento local”.

Citado na notícia, o madeireiro assegurou que o desbaste inclui apenas pinheiros afectados pelo nemátodo e uma faixa de protecção à aldeia do Vaqueirinho, mas a A.R.T. optou por manter o alerta e pondera mesmo uma providência cautelar para travar os trabalhos.

Rede Natura 2000

O corte está a ser feito numa área da Rede Natura 2000, que conserva o maior soito de castanheiros da Serra da Lousã e que nunca ardeu. Entre as preocupações manifestadas pela A.R.T., está o perigo de destruição de parte do habitat de veados, corsos e javalis, bem como uma eventual erosão mais acelerada daquela vertente da serra e a provável invasão dos terrenos por acácias.

A notícia refere ainda que a situação foi reportada ao SEPNA/GNR, que já foi ao local, e que a própria Câmara Municipal da Lousã confirmou a circulação de veículos pesados nas estradas da serra sem a respectiva autorização, o que também terá sido reportado ao SEPNA, ao ICNF e à IGAMAOT.

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