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Produção forrageira inferior a um ano normal, diz INE

A produção forrageira foi inferior a um ano normal, dizem os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), nas suas previsões agrícolas, a 31 de Julho.

“Os prados e pastagens de sequeiro estão em fim de ciclo, praticamente sem biomassa disponível ou, quando ainda existe, com um valor nutritivo muito reduzido. A maioria das explorações de produção pecuária em regime extensivo tem recorrido à utilização de alimentos conservados (fenos, silagens ou fenossilagens), em quantidades consideradas normais para a época”, refere o INE.

Globalmente, a produção forrageira foi inferior ao habitual, quer nas áreas de pastoreio directo quer nas superfícies destinadas à obtenção de alimentos conservados, situação que poderá ter implicações na alimentação dos efectivos nas épocas de menor disponibilidade alimentar das pastagens.

Julho seco

Acrescentam as previsões agrícolas do INE que o mês de Julho caracterizou-se como seco, com um valor médio da precipitação de 5,9 mm, cerca de 43% da normal (1971-2000).

Quanto à temperatura do ar, Julho classificou-se como normal, com picos de temperatura máxima acima da média entre os dias 10 e 12 e na semana de 17 a 24. De notar que este mês foi também caracterizado pela ocorrência de vento, em particular na segunda quinzena e no litoral a sul do Cabo da Roca e zonas altas.

Intensificação da situação de seca meteorológica

No final de Julho, e de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI1, observou-se uma intensificação da situação de seca meteorológica: todo o território encontrava-se em seca meteorológica (98% em junho), sendo que as classes mais intensas (extrema e severa) estendiam-se por 37,8% do Continente (33,9% em junho).

Estas condições meteorológicas permitiram a realização dos trabalhos agrícolas, quer manuais quer mecanizados, e favoreceram, duma forma geral, o desenvolvimento das culturas instaladas.

Reservas hídricas

Quanto às reservas hídricas no final de Julho, o volume de água armazenado nas albufeiras de Portugal continental encontrava-se nos 65% da capacidade total, inferior ao valor registado no final do mês anterior (68%) e ao valor médio de 70% (1990/91-2017/18).

A escassez de água em alguns aproveitamentos hidroagrícolas colectivos (e.g. da albufeira do Caia) obrigou à realização, desde há alguns meses, de cortes no fornecimento habitual aos beneficiários do perímetro de rega, situação que visa assegurar a disponibilização de água até ao final da campanha.

Também em charcas e açudes particulares, em especial no Alentejo, o armazenamento de água é inferior ao normal, conduzindo a situações de limitação na rega e de constrangimentos no abeberamento dos efectivos pecuários.

No final de Julho, o teor de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, registou uma diminuição em quase todo o território, com destaque para as regiões do Litoral Norte e Centro. As regiões do interior Norte e Centro, região de Vale do Tejo, Alentejo e Algarve continuavam com valores inferiores a 20% e, em alguns locais, os valores foram muito próximos do ponto de emurchecimento permanente.

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