Os deputados do Parlamento Europeu querem limitar o uso de antibióticos nos animais, impedir a sua utilização “preventiva” em animais saudáveis e restringir também o uso de outros medicamentos na produção pecuária. Segundo um comunicado recentemente publicado em nome dos deputados europeus da comissão para o Ambiente e Saúde Pública, para combater o desenvolvimento de resistências dos micróbios aos medicamentos, os antibióticos devem ser menos utilizados nos animais e novos remédios desenvolvidos.
“Esta votação é um grande passo em frente na saúde animal e na luta contra a resistência aos antibióticos. Com estas novas regras, podemos começar a limitar e controlar o uso de antibióticos nas produções pecuárias e, assim, reduzir o risco de potenciais resistências”, disse a deputada líder da comissão, a francesa Françoise Grossetête. O texto apresentado pela deputada europeia foi aprovado por 60 votos a favor e dois contra.
Esta proposta de alteração das leis europeias contempla também o apoio à disponibilidade de novos medicamentos e à inovação na área farmacêutica para “aumentar o arsenal terapêutico à disposição dos veterinários”, de acordo com Grossetête.
Os medicamentos veterinários nunca devem servir para aumentar a produção ou compensar a falta de cuidados em relação aos animais, dizem os deputados, que defendem a restrição do uso profilático de substâncias antimicrobianas (ou seja, como medida preventiva, na ausência de sinais de infecção) apenas a animais tratados em separado e quando aprovada por um veterinário.
Na Europa, usam-se mais antibióticos em animais saudáveis do que em pessoas doentes. A conclusão consta de um relatório elaborado a pedido do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que, há dois meses, avisava que a administração de antibióticos a animais saudáveis, que assim ganham mais peso, põe em perigo a saúde pública.
Agricultura e Mar Actual