A DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária está a divulgar o manual actualizado de Protecção Integrada da Cultura da Oliveira. Este documento visa disponibilizar informação referente à bioecologia dos inimigos desta espécie vegetal, às medidas preventivas e/ou de controlo dos inimigos, à descrição das metodologias de estimativa do risco, níveis económicos de ataque e factores de nocividade e meios de luta alternativos disponíveis.
Na secção dedicada às medidas preventivas e meios de luta, o manual refere que, sendo o olival uma cultura perene, é muito importante conhecer a sua história, isto é, a frequência com que nos últimos anos se registaram ataques mais ou menos graves dos vários inimigos.
“Os factores abióticos, em particular a temperatura, a humidade relativa e a chuva, têm importância decisiva na nocividade, quer de pragas, quer de doenças. Por exemplo, a temperatura e humidade relativa registados durante a época de postura e eclosão dos ovos da geração carpófaga da traça-da-oliveira, tem influência na taxa de mortalidade. Também a temperatura, a humidade relativa e a chuva, assim como a duração da humectação da folha, têm particular importância para a gafa e olho-de-pavão”, refere o documento.
Já nos factores bióticos “refere-se, em especial, no caso das pragas, a presença e a abundância de auxiliares no olival, importante em todos os casos e, por exemplo, muito importante para pragas como a traça-da-oliveira e cochonilha-negra. No caso das doenças, a quantidade de inóculo presente, nomeadamente, no caso do olho de Pavão, a quantidade de inóculo primário presente nas folhas no fim do Verão”, adianta o manual.
Outros factores de nocividade são, a idade do pomar, o modo de condução, vigor das árvores, o estado fenológico, a
diferença de susceptibilidade entre variedades, este último muito importante no caso da gafa, entre outros.
Luta começa antes da instalação da cultura
Segundo o manual, em “protecção integrada deve-se iniciar a luta contra os inimigos da oliveira antes da instalação da cultura no terreno. A optimização do uso dos recursos naturais deve ser tida em consideração logo na fase de planificação da instalação dos olivais. Deve ser tido em consideração o tipo de solo, as condições climáticas, a época mais aconselhável de plantação, seleccionando a variedade e o sistema de plantação mais adequados, de forma a assegurar produções regulares e de qualidade, adoptando, desde a instalação do olival, um conjunto de medidas preventivas que impeçam o desenvolvimento de condições favoráveis para o início dos ataques de pragas, doenças e infestantes”.
Dizem os técnicos da DGAV que é assim “importante privilegiar medidas indirectas de carácter preventivo de modo a fomentar condições desfavoráveis ao desenvolvimento dos inimigos da oliveira (luta cultural), como uma boa drenagem do solo, uma vez que solos mal drenados favorecem o desenvolvimento de doenças como a gafa, olho –de-pavão e doenças causadas por fungos do solo, como os do género Phytophtora”.
Devem ser executadas podas adequadas às árvores de forma a fomentar o bom arejamento e a penetração da luz na copa e assim, evitar os ataques de cochonilhas, nomeadamente a cochonilha negra e doenças como olho de pavão e a gafa. A poda pode também ser utilizada para contrariar o desenvolvimento dos inimigos do olival, eliminando fontes de propagação nomeadamente de doenças como a verticiliose, cercosporiose e a tuberculose.
Pode consultar o manual completo aqui.
Agricultura e Mar Actual