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75% dos europeus considera inaceitável “prática de matar pintos machos após o nascimento”

Três quartos dos residentes da União Europeia (UE) consideraram “inaceitável a prática de matar pintos machos após o nascimento”, enquanto uma esmagadora maioria defende a proibição do corte de determinadas partes do corpo dos animais (caudas, orelhas, bicos, etc.), a menos que seja estritamente necessário e seja feito com anestesia.

Estes são alguns dos resultados de um inquérito Eurobarómetro publicado hoje, 19 de Outubro, avança a Comissão Europeia em comunicado de imprensa.

Refira-se que o abate de pintos machos é usual na multiplicação de galinhas poedeiras. No entanto, a Anapo — Associação Nacional dos Avicultores Produtores de Ovos explica que “posteriormente, são congelados e encaminhados para alimentação de outras espécies animais, nomeadamente espécies que habitam jardins zoológicos e para falcoarias, principalmente existentes no médio oriente, nos falcões. Desta forma, os machos servem um propósito e não são descartados ou mesmo um subproduto”.

Outro dos dados revelados neste Eurobarómetro, que mostra que o bem-estar dos animais é importante para os europeus, é que mais de metade dos inquiridos (57%) considera que a produção de peles com pêlo deve ser estritamente proibida na UE, enquanto perto de um terço (32%) entende que só deve ser mantida se as condições de bem-estar forem melhoradas.

“Uma grande maioria dos europeus (84%) considera que, no seu país, a protecção do bem-estar dos animais de criação deve ser melhorada em relação à situação actual. Um número semelhante (83%) apoia que se limite o tempo de transporte de animais. Quase três quartos dos inquiridos (74%) apoiam uma melhor protecção do bem-estar dos animais de companhia no seu país”, refere o mesmo comunicado da Comissão.

E adianta que “há mais de 40 anos que a Comissão tem vindo a tomar medidas para melhorar o bem-estar dos animais, melhorando progressivamente a vida dos animais e adoptando na legislação normas de bem-estar que figuram entre as mais elevadas do mundo. Este inquérito demonstra quão importante é este tema para os cidadãos em toda a UE”.

Por outro lado, mais de 90 % dos europeus consideram que as práticas de criação e reprodução devem satisfazer requisitos éticos básicos. Estes requisitos incluem dar aos animais espaço suficiente e alimentos e água em bastante quantidade, proporcionar-lhes ambientes adaptados às suas necessidades (lama, palha, etc.) e garantir que são manuseados de forma adequada. O inquérito revelou igualmente um elevado nível de preocupação quanto ao bem-estar dos animais nos matadouros.

Importações de países terceiros

Quanto às importações de alimentos de países terceiros, mais de oito em cada dez europeus (84%) são de opinião que a actual situação em matéria de bem-estar dos animais deve mudar, quer aplicando as regras da UE em matéria de bem-estar animal às importações de alimentos quer rotulando os alimentos de acordo com as normas aplicadas.

Apesar de as entrevistas terem sido realizadas em Março de 2023, quando os preços dos produtos alimentares eram já muito elevados devido à inflação, 60% dos inquiridos indicaram estar dispostos a pagar mais por produtos provenientes de sistemas agrícolas respeitadores do bem-estar dos animais. Cerca de um quarto (26%) estaria disposto a pagar até 5% mais por alimentos respeitadores do bem-estar dos animais, adianta o mesmo comunicado.

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