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Vencedores do 24H Agricultura visitam centro de I&D Syngenta em Londres

A equipa vencedora das 24H Agricultura Syngenta 2016 visitou, a 30 de Novembro, o Centro de Investigação Jealott’s Hill, nos arredores de Londres, onde trabalham 800 investigadores da Syngenta na descoberta e desenvolvimento de produtos para protecção das culturas e sementes de cereais.

O Jealott’s Hill é um “centro de excelência dotado das últimas tecnologias em laboratório e estufa, recorrendo a equipas multidisciplinares nas áreas da Química, Biologia e Biotecnologia, auxiliadas por robots potentes e muito precisos no teste de novas moléculas e formulações. A experiência dos investigadores seniores é complementada com o arrojo e a inovação dos investigadores juniores, oriundos de várias partes do mundo”, refere um comunicado da Syngenta.

Os estudantes do Instituto Superior de Agronomia, vencedores da competição 24H Agricultura Syngenta de 2016, ficaram a conhecer as diversas fases do processo de criação de um novo produto fitofarmacêutico. A obtenção das moléculas inicia-se nos laboratórios de Química. As equipas de Jealott’s Hill dedicam-se especificamente à descoberta de herbicidas, desenvolvendo por ano cerca 100 a 200 novas moléculas, a maior parte das quais não chega à fase comercial.

A etapa seguinte decorre nos laboratórios de Biologia, onde são testados cerca de 50.000 compostos químicos por ano, tanto em enzimas, como em microplantas, insectos ou fungos. Com apenas algumas microgramas de composto são realizados milhões de ensaios, mas apenas 10% dos compostos passam à fase seguinte.

Testes em milho e cevada

Nas estufas do Jealott’s Hill realizam-se 3 séries de screening aos compostos químicos previamente triados em laboratório, com vista a testar o seu nível de actividade, espectro de acção, performance biológica, toxicologia e impacto ambiental. Durante a visita dos vencedores das 24H Agricultura Syngenta, decorriam testes em milho e cevada, semeados junto com as 16 infestantes mais comuns nestas culturas. As plantas são submetidas a condições de campo simuladas para diferentes regiões do globo e tratadas com herbicidas potenciais em doses da ordem das miligramas. Para maior celeridade e precisão de resultados, o processo de aplicação da calda é realizado por um robot. Dos cerca de 10.000 compostos testados nas estufas, a cada ano, apenas 1.000 a 2.000 compostos passam à fase de ensaio de campo nas estações experimentais da Syngenta.

Além das substâncias activas, os cientistas de Jealott’s Hill testam os outros componentes dos produtos, que chegam a conter 20 elementos na sua formulação – adjuvantes, estabilizadores, entre outros. Estes ajudam a preservar a substância activa na embalagem e garantem que actua no alvo nas melhores condições. Um robot, desenvolvido exclusivamente para a Syngenta, dá uma ajuda “preciosa” no processo de formulação.

Quando um potencial produto chega à fase de desenvolvimento, é sujeito a uma enorme bateria de testes em todo o mundo, com inúmeras formulações e em mistura com outras substâncias activas. Ao longo de todo o processo são realizados testes de segurança para o operador e consumidor e de avaliação de risco para o ambiente (plantas e animais).

1,4 mil milhões de euros em I&D

A Syngenta investe anualmente 1,4 mil milhões de euros em I&D, cerca de 10% da facturação global da empresa, em 150 centros de pesquisa em todo o mundo. Cada novo produto demora 10 a 12 anos a desenvolver, desde a descoberta da molécula da substância activa base até ao seu lançamento comercial. O investimento associado é de 262 milhões de euros, dos quais 94 milhões de euros em testes de segurança ambiental e toxicológica.

Em Jealott’s Hill também são obtidas algumas das melhores variedades de trigo do mundo, usando a tecnologia duplo-haploide, que permite obter plantas homogéneas numa única geração, reduzindo o custo e o tempo de pesquisa. O objectivo dos cientistas é conseguir variedades de trigo mais produtivas, de forma mais célere. O custo associado à investigação de cada planta de trigo é estimado em 30€/unidade, por ano são testadas 75.000 plantas.

Os vencedores das 24H Agricultura Syngenta – António Lourenço, Ricardo Soares Santos, Bernardo Saianda, Guilherme Moura Neves e Francisco Medeiro – apreciaram a visita a Jealott’s Hill, como se depreende por alguns comentários registados no final da visita:

“Foi uma dia de formação estrondosa, percebi como as diversas áreas de pesquisa se interligam até ao desenvolvimento de um novo produto, e compreendi todo o esforço envolvido, que explica porque demora 10 anos a ser lançado no mercado”.

“A dimensão, a quantidade de pessoas envolvidas na criação dos produtos, toda a importância que dão à I&D, até ao pormenor das formulações, não tinha noção do investimento envolvido”.

“É impressionante a especialização de cada equipa de investigadores, a compartimentação do trabalho, por um lado, mas por outro, todos comunicam entre si para um objectivo comum. É uma verdadeira cadeia de produção de ciência”.

As 24H Agricultura Syngenta são uma competição formativa organizada pela Associação Portuguesa de Horticultura (APH), a IAAS Portugal -Associação Internacional de Estudantes de Agricultura e a Sfori, destinada aos futuros agrónomos, com vista a porem à prova os seus conhecimentos, atitudes e competências.

O presidente da APH, Domingos Almeida, que no início da sua carreira teve oportunidade de realizar um estágio profissional no Centro de Investigação Jealott’s Hill, considera que “os futuros profissionais puderam antever o pipeline da inovação e a forma como as ferramentas disponíveis daqui a 10 anos resultam de estratégias implementadas agora por empresas como a Syngenta. O futuro não é deixado ao acaso e já está a ser construído. É em centros como este que se obtém uma visão a 360º do que é a gestão organizacional do conhecimento para suportar a inovação”.

Edição de 2017 das 24H Agricultura Syngenta em Abril

A edição de 2017 das 24H Agricultura Syngenta decorrerá a 1 e 2 de Abril, na Escola Superior Agrícola do Instituto Politécnico de Coimbra.

A Syngenta é uma das empresas líderes no seu ramo de actividade. O grupo emprega mais de 27.000 pessoas em mais de 90 países, com um único objectivo comum: trazer para a vida o potencial das plantas. Através da excelência dos nossos cientistas, da nossa presença a nível mundial e do empenho de todos os nossos colaboradores em responder às necessidades dos nossos clientes, ajudamos a maximizar a produtividade e o rendimento das culturas, a proteger o ambiente e a melhorar a saúde e a qualidade de vida.

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