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Foto: APCOR

UnderCork alerta: não existe tratamento eficaz no combate à cobrilha da cortiça. Larvas morrem aquando do descortiçamento

Larva da cobrilha da cortiça. Os seus ataques não matam as árvores mas depreciam significativamente a cortiça.

O Grupo Operacional UnderCork, dedicado ao estudo da cobrilha da cortiça (Coroebus undatus agente biótico que afecta a produção) alerta que “à luz do conhecimento actual, não existe nenhum tratamento químico ou biológico, quer a nível nacional quer internacional, que seja eficaz no combate à cobrilha da cortiça” e que as larvas de cobrilha “morrem aquando do descortiçamento, sendo desnecessária a aplicação de insecticidas ou afins para se atingir este objectivo aquando da extracção.

Este alerta, em forma de comunicado, chega após o Grupo Operacional UnderCork – Gestão Integrada da Cobrilha da Cortiça ter tido conhecimento da existência no mercado nacional de empresas a promover a aplicação de produtos químicos no montado para combate à cobrilha. Pelo que a equipa do projecto entendeu tornar pública a sua posição “de modo a possibilitar aos produtores florestais uma decisão consciente sobre a sua gestão”.

A equipa do UnderCork acrescenta ainda que “a aplicação de qualquer produto químico carece de homologação da DGAV – Direcção-Geral de Agricultura e Veterinária, não estando nenhum produto homologado (nem em vias de homologação) para este efeito”.

Larvas morrem aquando do descortiçamento

“As larvas de cobrilha morrem aquando do descortiçamento, sendo desnecessária a aplicação de insecticidas ou afins para se atingir este objectivo aquando da extracção. As condições que precisam para o seu desenvolvimento são muito específicas, e uma vez expostas morrem sem completar o seu ciclo de vida, quer na árvore, quer nas pranchas de cortiça que foram extraídas, ou seja, não chegam a insectos adultos e não fazem novas posturas”, realça o Grupo Operacional.

Segundo a equipa do UnderCork, desconhece-se ainda a forma como os insectos adultos da cobrilha seleccionam os sobreiros para atacar, mas as árvores recém extraídas “são as menos interessantes para a realização das posturas de cobrilha, uma vez que ainda não reúnem condições para o desenvolvimento da larva (que se alimenta na camada geradora de nova cortiça) e necessita das camadas externas de cortiça para se proteger”.

O grupo operacional UnderCork garante que continua a trabalhar na procura de soluções para a prevenção e combate à cobrilha da cortiça, acompanhando também os trabalhos e publicações a nível internacional.

Este projecto de Gestão Integrada da Cobrilha da Cortiça tem como objectivo conhecer os mecanismos que regulam a selecção das árvores, desenvolver métodos de gestão preventiva na gestão dos povoamentos e de controlo, para redução dos seus níveis populacionais, incluindo a avaliação e potenciação do papel das aves insectívoras.

Se tiver dúvidas sobre a cobrilha da cortiça, pode contactar a equipa de projecto:

Prof. Manuela Branco | ISA | mrbranco@isa.ulisboa.pt
Dr. Pedro Naves | INIAV | pedro.naves@iniav.pt
Eng. Conceição Santos Silva | UNAC | mccsilva@unac.pt

Cobrilha da Cortiça

O Coroebus undatus é um pequeno escaravelho alargado de 1,5 cm de comprimento, de cor verde escura acinzentado com reflexos metálicos brilhantes, com uma série de bandas transversais verde prateado em ziguezague na parte posterior dos élitros. Ataca apenas o sobreiro e o dano que produz é causado no estado de larva, realizando grandes galerias de alimentação na “casca” ou camada-mãe da cortiça.

Foto: Raul Lanzo

Isto gera importantes danos económicos ao desvalorizar enormemente o preço da cortiça extraída, já que na maior parte dos casos, a cortiça extraída deve-se destinar à moagem, porque não é útil para obter rolhas, devido às galerias causadas pela larva deste insecto, refere o Observatorio Dehesa Montado.

Saiba mais sobre a cobrilha da cortiça aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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