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UNAC: Lei do Restauro da Natureza “condiciona fortemente a gestão florestal”

A UNAC – União da Floresta Mediterrânica considera que “uma Lei do Restauro da Natureza, que condiciona fortemente a gestão florestal é tão criticada no sector, porque sabemos, os técnicos florestais, os gestores florestais e as comunidades rurais, que a gestão é uma ferramenta essencial na manutenção dos ecossistemas mediterrânicos e da biodiversidade associada”. Mas salienta: “Ninguém está contra a Natureza … da qual somos os principais gestores e defensores”.

Refira-se que, no passado dia 27 de Junho a Lei do Restauro da Natureza foi novamente votada no Parlamento Europeu, tendo como resultado um empate com 44 votos a favor e 44 votos contra. Nesta situação, amanhã, dia 12 de Julho, a votação será repetida tendo no entretanto sido negociadas e alteradas diversas emendas da proposta de lei.

Diz a UNAC em nota de imprensa que “as alterações climáticas, a desertificação e as tendências crescentes de perda de biodiversidade são alertas que diariamente ouvimos na comunicação social. O que não ouvimos, é a forma como os agricultores e os produtores florestais lidam diariamente com esta realidade, revendo e adaptando as suas práticas de modo a conseguirem garantir uma produção de alimentos e de produtos florestais, como a cortiça, a madeira, a bolota e a resina, de uma forma ambientalmente sustentável”.

“Também não ouvimos, que as florestas mediterrânicas, aquelas que ocupam grande parte da área florestal dos países do Sul da Europa, como Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia têm características muito distintas das florestas de outras geografias europeias e onde a susceptibilidade aos riscos associados às alterações climáticas, nomeadamente o fogo, a desertificação e as pragas e doenças florestais, é das maiores a nível europeu”, adianta a mesma nota.

Floresta sem gestão

E salienta que numa floresta sem gestão “a vegetação combustível, como os matos e as árvores, ficam em continuidade vertical e horizontal e ardem. Por isso os proprietários dos sistemas florestais e agroflorestais fazem uma gestão das suas áreas em mosaicos de diferentes usos de sob coberto, com áreas de matos, de diferentes idades, compartimentadas por áreas de pastagens dominadas por herbáceas (ervas) e por descontinuidades de solo nu, para contenção da progressão do fogo, em locais estratégicos”.

Por outro lado, diz a UNAC que “as árvores mortas por causa da presença de pragas e doenças, transformam-se em fontes de infestação para as árvores da sua envolvente, colocando em risco sanitário a floresta existente, já de si altamente susceptível a estes agentes, em consequência de anos de seca e do maior stress climático a que está sujeita. Por isso, os gestores florestais abatem as árvores secas com sinais visíveis de pragas e doenças, salvaguardando desta forma as restantes árvores saudáveis”.

E realça que “diminui-se o sequestro de carbono nas florestas, pela ausência de clareiras para a promoção da regeneração de jovens plantas, pela ausência de abates e de extracção de cortiça, numa procura infundada e fundamentalista de uma renaturalização florestal forçada”.

“Soluções promotoras da resiliência climática e da biodiversidade são necessárias, mas devem ser delineadas a nível local e não devem contribuir para aumentar os riscos que há décadas vimos mitigando através de uma adequada gestão florestal”. A Lei de Restauro da Natureza “aplicada na região mediterrânica vai matar o futuro das nossas florestas, gerar uma elevada perda de biodiversidade e contribuir para acelerar as alterações climáticas”, frisa a UNAC.

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