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Um mês antes de abrir as portas a Ovibeja já estava cheia de expositores

“Um mês antes de abrir as portas a Ovibeja já estava cheia. Já vínhamos a sentir que a adesão era grande e é isso que se tem verificado. O Pavilhão Institucional está completo, no Campo da Feira a zona das máquinas conta com todos os expositores que costumam vir, os expositores dos vinhos, dos queijos e dos azeites também já se inscreveram. Pode-se dizer que está tudo cheio”, garante Rui Garrido, presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, que organiza a Feira.

Em entrevista à Revista Ovelha, publicação mantida pela Associação há mais de 30 anos, Rui Garrido adianta que este ano vão “alterar a disposição dos expositores no antigo Pavilhão das Lãs, porque temos mais gente a querer vir, mas também porque vamos transferir para aqui o artesanato”.

Outra alteração “será no Pavilhão Terra Fértil, mais conhecido como o Pavilhão dos Sabores, onde a exposição temática, bem como o espaço dedicado ao Concurso dos Azeites, que sempre estiveram ao fundo, depois dos vários expositores dos queijos, enchidos, etc., este ano passarão a estar separados de toda a zona de exposição agroaliementar. A exposição estará logo à entrada do pavilhão a fim de facilitar o acesso e a sua visita. O espaço do Azeite estará na zona contígua, no mesmo corredor”.

A exposição temática, como é habitual, este ano também está relacionada com o tema da 39ª Ovibeja, “Comunicar, Um Grande Desafio para a Agricultura”. “Toda essa área será dedicada ao tema da comunicação, seja a que acontece no interior do sector, seja também para o exterior. Muitas vezes queixamo-nos que toda a informação que a ciência e a investigação produzem, não chega à agricultura e aos agricultores que são os seus principais destinatários. Mas para além desse tipo de comunicação, que é importante, e que nós muitas vezes fazemos mal, o tema é mais virado para o exterior, ou seja, queremos que o mundo urbano saiba melhor o que é a agricultura, sem preconceitos”, frisa o presidente da ACOS.

Jornais e televisões “não reflectem o que é a agricultura”

“Somos nós que produzimos os alimentos e o mundo urbano tem que deixar de usar os chavões de que os jornais e as televisões estão cheios e que não reflectem o que é a agricultura. Desde miúdos – e este é um trabalho que é importante e para o qual estamos disponíveis – é preciso que saibam quais são os riscos que um agricultor corre, a vida habitual dum agricultor, os investimentos que é preciso fazer, sempre ao sabor do tempo que nem sempre corre bem. Basicamente, pretendemos comunicar melhor com o mundo urbano e darmos a perceber o que é a agricultura, a sua sustentabilidade, e também mostrar que são os agricultores os grandes guardiões da natureza e do ambiente. Sem eles não haverá alimentos, nem combate eficaz contra as alterações climáticas”, acrescenta Rui Garrido.

E realça que “os agricultores, em geral, comunicam mal, muitas vezes não sabemos comunicar e quando comunicamos podíamos fazê-lo melhor. Quase sempre andamos atrás das imagens negativas que saem a denegrir o agricultor ou determinado tipo de agricultura – e que tantas vezes saem – lá vamos nós a querer apagar os fogos, mas sempre correndo atrás do problema. Temos que saber comunicar melhor, para que nos possamos antecipar, agindo em vez de reagir”.

A 39ª Ovibeja, uma organização da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, realiza-se em Beja de 27 de Abril a 1 de Maio de 2023. O certame promete colocar “em reflexão grandes temas da actualidade” e disponibilizar “grande diversidade de eventos para todos os gostos”.

Saiba tudo sobre a 39ª Ovibeja aqui.

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