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Ucrânia continua a plantar em tempo de guerra. Mas milho e girassol não são prioridade

A invasão da Ucrânia pela Rússia veio agravar a tendência de subida de preços nos factores de produção agrícola e pecuária. E a escassez de matéria-prima. Por exemplo, os supermercados portugueses já vendem óleo de girassol mais caro do que o azeite. Um facto que levará a outros aumentos de preços, por exemplo nos produtos da indústria conserveira, onde o óleo de girassol deverá ter de ser substituído por outro óleo alimentar. Também a escassez de matéria-prima para alimentação animal tem levado a consecutivos aumentos de preços.

A boa notícia é que o Ministério da Política Agrária e Alimentação da Ucrânia garante que vai continuar a semear em todas as regiões onde não há hostilidades bélicas activas. A má notícia é que o milho e o girassol não serão uma prioridade para o governo ucraniano.

Em nota de imprensa, o Ministério garante que até 24 de Março, 150.000 hectares de culturas de Primavera foram semeados. As principais culturas actualmente semeadas são milho, soja, girassol, milheto, trigo sarraceno, aveia e beterraba.

“Já podemos ver que na região de Kherson, região de Odesa, região de Mykolayiv, apesar de tudo, a semeadura começou sob bandeiras ucranianas”, diz Taras Vysotskyi, primeiro vice-ministro de Política Agrária e Alimentação da Ucrânia.

Mas, acrescentou que, “dada a situação do país, espera-se que a área cultivada com culturas de alta margem, nomeadamente girassol e milho, diminua, enquanto a área cultivada com culturas mais fáceis de produzir mas importantes em termos de segurança alimentar irá aumentar. Em primeiro lugar, são culturas de ervilhas, cevada e aveia”.

“Essas culturas costumavam ser de nicho, mas são mais simples em termos de tecnologia, e são importantes para a nutrição humana. Portanto, haverá uma mudança de culturas orientadas para a exportação para culturas alimentares, para consumo interno “, explica o primeiro vice-ministro.

Taras Vysotsky também enfatizou que devido à invasão em grande escala, a área cultivada na Ucrânia pode diminuir em 30%, o que afectará negativamente a segurança alimentar dos países que importam produtos agrícolas ucranianos. Isto é “cerca de 100 milhões de pessoas no Norte da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático”.

Recorde-se que a Ucrânia tem actualmente reservas suficientes de trigo, óleo e milho para garantir a sua segurança alimentar para o próximo ano.

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