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Suinicultores na AgroGlobal: “falta um plano de acção que potencie o efluente pecuário como fertilizante orgânico”

O presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), David Neves, foi um dos convidados para participar no Painel “Valorização dos efluentes. Do problema à oportunidade”, inserido no seminário “Economia Circular: às voltas com a valorização e a reutilização”, organizado pela Organização Interprofissional Filporc, que congrega a produção de suínos.

E aproveitou o evento, na AgroGlobal, a maior feira agrícola ibérica dedicada aos profissionais, que se realizou nos dias 7, 8 e 9 de Setembro, em Valada do Ribatejo, para deixar alguns “recados” sobre a nova ENEAPAI — Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030.

Afinal o que falta? “No nosso entender, falta adoptar a estratégia nacional de um plano de acção que potencie esta prática junto dos agricultores, começando por criar um instrumento legislativo que estimule a concretização deste plano, começando, por exemplo, pela revisão Portaria 631/2009, já desajustada aquando da sua publicação e cuja revisão se aguarda há mais de 4 anos. A ENEAPAI tem de ser mais que um manual de intenções, tem de ser dotada de um plano de acção, assente num compromisso de curto, médio e longo-prazo”, salientou David Neves.

Na sua intervenção, o presidente da FPAS realçou uma constatação que saiu reforçada naquele painel: por um lado, a qualidade do efluente pecuário como como fertilizante orgânico, evidenciada na apresentação do professor David Fangueiro, do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e, por outro, o reconhecimento dessa qualidade e o interesse no efluente pecuário, enquanto fertilizante, manifestado na intervenção do agricultor João Coimbra.

Estas posições “corroboram o que a FPAS vem defendendo há muitos anos, a valorização agrícola ou valorização orgânica como destino preferencial para os efluentes pecuários”. A nova ENEAPAI — Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030 também aponta a valorização agrícola e valorização orgânica como principal prática para o destino dos efluentes.

Necessidade de conquista da confiança dos agricultores

Outro dos aspectos apontados por David Neves é a necessidade de conquista da confiança dos agricultores. “Há que reconhecer a valorização agrícola como uma solução para os efluentes, dando confiança aos agricultores para que se possa fazer um trabalho de consciencialização de que esta é a solução mais barata e que todos estão empenhados em melhorar as condições ambientais. Para isso, é necessário escutar todos os intervenientes. Não há uma solução igual para todas as zonas. Têm de ser identificados os problemas de cada região”.

Durante o painel foi ainda possível referir o Roteiro Ambiental para a Suinicultura como objecto de promoção do conhecimento para os profissionais da suinicultura e que vem ao encontro dos objectivos de todos. “É importante que no âmbito da nova PAC se possa apoiar os agricultores que façam a utilização deste tipo de fertilizantes, que sirva de incentivo para pôr em prática estas soluções de aplicação dos efluentes”, concluiu o presidente da FPAS.

O Painel “Valorização dos efluentes. Do problema à oportunidade” foi moderado por Patrícia Fonseca, da Filporc, e contou ainda com as intervenções de David Fangueiro, do ISA, João Oliveira Miguel, da AdP Valor, e do agricultor João Coimbra.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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