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Submetida a candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera da Unesco

A submissão da candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera, realizada hoje, 17 de Junho, a qual permite avançar com um projecto de visão e desenvolvimento integrado para o território. Resultado deverá ser anunciado em Setembro de 2025,

“Finalmente temos a candidatura apresentada e, agora, certamente que o comité nacional vai agora avaliá-la, apresentá-la à Unesco e os técnicos certamente que virão ao terreno visitar e avaliar. O que se espera é que em Setembro de 2025 a candidatura seja aprovada e este processo possa ser desenvolvido para atingir os objetivos que estão previstos”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins.

“É fundamental que haja uma harmonia entre manter as diferentes actividades humanas, reguladas, com a salvaguarda e garantia do património natural de uma riqueza que nos cabe a todos preservar”, afirmou esta tarde, em conferência realizada no Forte de São Filipe, o autarca que também preside à AMRS – Associação dos Municípios da Região de Setúbal, que impulsionou o processo de candidatura à Unesco.

A candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera, dinamizada em conjunto com as câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra e o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, é enquadrada no programa científico “O Homem e a Biosfera” (Man & Biosphere) criado em 1970 pela Unesco, centrado na conservação e preservação da natureza em conciliação com a actividade humana, refere uma nota de imprensa da autarquia de Setúbal.

“As áreas protegidas são assim classificadas para defender o património natural. Mas também sabemos que, em muitos casos, as áreas protegidas são espaços que já são humanizados e, quase sempre, existe um conflito, entre a defesa e preservação da natureza e a intervenção do Homem nas várias vertentes, do desporto, à cultura ao lazer e às actividades económicas. No fundamental, trata-se de harmonizar”, disse ainda o presidente da autarquia setubalense.

Por sua vez, o presidente da autarquia de Sesimbra, Francisco Jesus, reforçou que a obtenção da certificação de Reserva da Biosfera na Arrábida além de ser motivo de orgulho é acompanhada de responsabilidades acrescidas para o território, um património natural de características únicas que se constitui como “um grande activo turístico e económico” cujos valores e autenticidade importam defender e preservar.

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Já o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, ao afirmar que a candidatura “acrescenta valor à marca Território Arrábida, ao ganhar mais projecção nacional e internacional”, enalteceu “o modelo participativo e de envolvimento da sociedade numa candidatura desta dimensão”, a qual resulta em “mais um marco para a afirmação de uma região de excelência”.

ICNF: Reserva da Biosfera é “valor acrescentado”

O presidente da direcção do ICNF, Nuno Banza, ao reiterar o facto de a candidatura ser “um extraordinário exemplo de como é possível congregar um conjunto de vontades para um objectivo verdadeiramente maior”, vincou que a Reserva da Biosfera é “uma figura que tem assumido, nos últimos anos, uma importância muito relevante a nível mundial, para dar destaque a áreas com especial interesse”.

O reconhecimento da Arrábida enquanto Reserva da Biosfera, mais do que uma figura de protecção, traduz-se “num valor acrescentado, de maior visibilidade internacional, de integração numa rede de contactos e de intercâmbio com outras áreas congéneres da mesma natureza noutros países e de reforço da imagem do espaço Arrábida enquanto marca de qualidade e de valor”, afirmou Nuno Banza.

Este responsável evidenciou também que a protecção e defesa do património é, muitas vezes, feita de tomada de decisões mais difíceis, dando como exemplo a implementação do programa Arrábida Sem Carros – Arrábida O2, da Câmara Municipal de Setúbal. “Uma decisão difícil, contestada, mas com resultados inegáveis para a salvaguarda de pessoas e de um bem que é de todos.”

O presidente da direcção do ICNF, ao considerar que a figura de Reserva da Biosfera tem de ser “apropriada” por toda a sociedade, explicou ainda que, apesar deste reconhecimento não ser acompanhado de apoios financeiros para a dinamização de projectos, coloca a “Arrábida num patamar de ranking diferenciado que permite, futuramente, aceder mais facilmente a outros mecanismos financeiros”.

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