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SmartFarmer: o novo mercado electrónico para hortofrutícolas e produtos tradicionais

A partir de hoje não precisa de sair de casa para ir ao mercado. A Oikos – Cooperação e Desenvolvimento e a Fundação Vodafone desenvolveram um mercado electrónico nacional para produtos hortofrutícolas e produtos transformados, tradicionais e de qualidade reconhecida. A SmartFarmer chega em Agosto.

Os mercados locais de proximidade assentes em modelos de comércio electrónico “reduzem os elos da cadeia de distribuição, tendo ainda um importante papel de incentivo de práticas ambientalmente sustentáveis, contribuindo para uma menor pegada de carbono, através da redução dos consumos de energia ao nível do armazenamento, refrigeração e transporte dos produtos até ao consumidor”, diz fonte institucional da Fundação Vodafone.

A plataforma, que estará disponível durante o mês de Agosto de 2016, em www.smartfarmer.pt, “assume uma grande importância para a agricultura, a economia e a sociedade rural, permitindo o contacto directo entre o produtor e o consumidor, estimulando uma maior interacção social entre as comunidades rural e urbana, favorecendo uma maior ligação das populações às suas origens, e desempenhando funções que beneficiam os produtores, os consumidores, o ambiente e a economia local”, adianta a mesma fonte.

Por sua vez, a Oikos diz que o portal “será lançado ainda em crescimento e desenvolvimento”. Por isso, precisa que “os agricultores se registem para depois poder comercializar produtos directamente aos consumidores registados no portal, que os parceiros externos desenvolvam os cabazes e pacotes de turismo, etc”. Assim, algumas funcionalidades poderão ainda não estar disponíveis em todas as regiões do País.

Disponível em app

A SmartFarmer é uma plataforma que pode ser acedida através de computador, tablet e de uma aplicação para telemóvel, e tem como objectivo potenciar os circuitos agro-alimentares e mercados de proximidade. Permite, entre outras, as seguintes funcionalidades:
– Efectuar a compra e venda de produtos e serviços agro-alimentares;
– Organizar a logística de distribuição, permitindo que os consumidores e produtores decidam sobre as modalidades de entrega do produto, desde a recolha no campo, à entrega em mercados físicos ou entregas ao domicílio.
– Agregar a oferta e a procura por critérios de proximidade física (do mais próximo para o mais distante);
– Disponibilizar cabazes de produtos para a diáspora (mercado da saudade) e pacotes de turismo que permitem a experimentação de produtos, cultura e vivências do mundo rural;
– Possibilitar vendas e compras através de leilões electrónicos;
– Receber notificações no telefone, por parte do produtor, das encomendas que lhe forem solicitadas, agilizando o processo de recolha e entrega de frescos
– Permitir a transparência relativa ao local de origem e ao modo de produção e certificações dos produtos;
– Fornecer a geolocalização de produtores, consumidores, prestadores de serviços e mercados físicos de proximidade simultaneamente;
– Disponibilizar ferramentas que permitirão aos produtores desenvolverem microsites próprios;
– Dar ao produtor informação sobre o preço médio dos produtos dentro do SmartFarmer e no mercado.
– Disponibilizar o serviço de facturação, emissão de notas de encomenda e guias de transporte e emissão de ficheiros para comunicação às Finanças, se os produtores assim o entenderem;
– Os consumidores terão a possibilidade de avaliar cada ato de compra, personalizar as suas preferências de compra e receber alertas no telefone.
– Efectuar a agregação de oferta e da procura, permitindo a consumidores colectivos, como por exemplo instituições de restauração colectiva pública (como cantinas de hospitais, de Câmaras Municipais, etc.) ou privada (restaurantes, cantinas de instituições de solidariedade, etc.) adquiriram produtos em grande quantidade, mesmo que estejam sujeitos às regras de contratação pública.

910 toneladas de alimentos perdidos diariamente

Cerca de 910 toneladas de alimentos são perdidos diariamente em Portugal na fase da produção e mais de metade são hortofrutícolas. São produtos que não chegam sequer a entrar na cadeira de distribuição e que poderiam ser comercializados directamente por pequenos produtores e comerciantes. Para além disso, 81% dos agricultores portugueses são-no a título individual e grande parte tem falta de acesso aos mercados ou sofrem um esmagamento de margens, representando 7,5% da população nacional.

Apesar de tantas toneladas de alimentos perdidos ou desperdiçados, segundo dados da Direcção Geral de Saúde, 50,7% das famílias portuguesas sofrem de algum grau de insegurança alimentar. Esta plataforma poderá contribuir para a redução do desperdício, disponibilizando mecanismos de previsão de compras, bem como os produtores locais poderão doar produtos cuja venda ao público não se tenha concretizado mas que estejam aptos para consumo humano. As entidades registadas para receber este tipo de doações terão de ser organizações sem fins lucrativos.

“Esta iniciativa insere-se na política de Responsabilidade Social da Fundação Vodafone, que procura incentivar projectos e apoiar entidades relevantes, como é o caso da Oikos, que contribuam para o desenvolvimento da economia e da sociedade portuguesa e para a melhoria da qualidade de vida das populações” – sublinha Mário Vaz, presidente da Fundação. “Os projectos e as entidades que apoiamos têm sempre o intuito de trazer valor acrescentado e representar benefícios reais para a comunidade. É o caso do SmartFarmer, que vai possibilitar uma aproximação entre os produtores e os consumidores, trazendo vantagens para ambas as partes”.

A parceria entre a Fundação Vodafone Portugal e a Oikos, através deste novo projecto voltado para a agricultura e a economia rural, consagra estratégias e objectivos comuns às duas entidades, tendentes a contribuir de forma solidária e eficaz para o desenvolvimento harmonioso e sustentável do País.

Para a Oikos, nas palavras do seu presidente, João José Fernandes, “o SmartFarmer será um instrumento ao serviço da construção de parcerias entre consumidores e produtores que potenciará uma maior sinergia entre territórios de baixa densidade e zonas urbanas, permitindo ganhos económicos para todas as partes e, sobretudo, um impacto social nos territórios preponderantemente rurais, e ganhos de sustentabilidade ambiental ao encurtar os circuitos de distribuição do sector agro-alimentar. Será também um precioso instrumento para que as entidades e restauração colectiva, públicas e privadas privilegiem as compras locais de proximidade, gerando valor económico e emprego nas comunidades, sem por em perigo a gestão rigorosa dos seus orçamentos”.

A Oikos, criada em Portugal em 1988, é uma organização não-governamental, com estatuto de utilidade pública e sem fins lucrativos, com larga experiências em projectos de desenvolvimento rural, apoio a organizações de produtores e de consumidores, apoio à agricultura familiar e promoção da segurança alimentar e saúde nutricional. A experiência de trabalho na América Latina, África e Ásia, é agora também um recurso que agora coloca ao serviço da sociedade Portuguesa, numa época de grandes desafios económicos e sociais.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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