Início / Agricultura / Rui Garrido: aumento do preço da água de 140% para regantes directos da EDIA “será inaceitável”

Rui Garrido: aumento do preço da água de 140% para regantes directos da EDIA “será inaceitável”

Os agricultores, na última reunião do Conselho de Acompanhamento do Regadio de Alqueva, foram informados que “estava proposto um aumento do preço da água, no caso da baixa pressão, seja para os regantes directos da EDIA [Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva], seja para os regadios confinantes, no valor de 140%, e em alta pressão, entre os 80/85%. Isto será inaceitável, ainda por cima, já em plena campanha de rega. Ainda hoje (início de Abril) não sabemos qual vai ser o preço da água”, alerta o presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, Rui Garrido.

“É preciso ter em conta que a viabilidade de muitas das culturas anuais dependerá do preço que vier a ser estabelecido para a água de rega. Estas coisas têm que ser estudadas e definidas atempadamente e não podem ser feitas nas costas dos agricultores, que são os utilizadores da água”, frisa aquele responsável em entrevista à Revista Ovelha, publicação mantida pela Associação há mais de 30 anos, por ocasião da 39ª Ovibeja, que se realiza de 27 de Abril a 1 de Maio.

Quanto às questões relacionadas com a meteorologia, na mesma entrevista, Rui Garrido destaca que “este ano está a ser muito diferente do ano passado. No ano passado tínhamos uma seca extrema já nesta altura, com falta de chuvas no Outono, muitas searas não chegaram a nascer, outras nasceram mal, não havia erva, as barragens praticamente não tinham água, o Alqueva também tinha menos água, era um cenário muito diferente”.

E realça que a situação hoje não é igual em todo o Alentejo. “As coisas estão diferentes, nomeadamente quando se compara o Alto Alentejo com o Baixo Alentejo e o Algarve, onde a situação de seca já é perceptível em muitas zonas. A situação ainda é muito difícil, como no caso da bacia do Sado e da bacia do Mira e toda a zona sul do nosso Baixo Alentejo, com solos de menor aptidão agrícola e mais esqueléticos que já necessitam muito de água, sob pena de os cereais e as forragens ali semeados se poderem perder. No norte do Alentejo nota-se mais erva nos campos, as barragens encheram e o Alqueva meteu a água correspondente às duas últimas campanhas de regadio, o que foi muito bom”.

A 39ª Ovibeja, uma organização da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, realiza-se em Beja de 27 de Abril a 1 de Maio de 2023. O certame promete colocar “em reflexão grandes temas da actualidade” e disponibilizar “grande diversidade de eventos para todos os gostos”.

Saiba tudo sobre a 39ª Ovibeja aqui.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

Verifique também

Eduardo Oliveira e Sousa ministro da Agricultura?: “ainda não recebi qualquer contacto”

Partilhar              O antigo presidente da CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, …

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.