A facturação do sector da restauração em Portugal deverá registar uma quebra de 43,5% em 2020 face ao ano anterior, de acordo com a estimativa do Estudo Sectorial da Informa D&B.
O valor da facturação deverá ficar pelos 2.625 milhões de euros, depois de vários anos de crescimento contínuo. Em 2019, o sector tinha atingido os 4.645 milhões de euros, que representava um aumento de 4% face a 2018.
As restrições à mobilidade e à actividade dos estabelecimentos de restauração, a perda de poder de compra da população e o colapso da actividade turística são as principais razões da quebra estimada pela Informa D&B.
Os mesmos factores, bem como o desemprego, vão condicionar a recuperação do sector em 2021. Para 2022, prevê-se uma aceleração do crescimento, mas com valores de facturação ainda inferiores aos registados em 2019.
Predominam operadores independentes e de dimensão reduzida
A oferta do sector apresenta um elevado grau de fragmentação, predominando os operadores independentes e de dimensão reduzida, em que a gestão da empresa está normalmente a cargo dos detentores do capital.
Contudo, observa-se uma tendência de concentração empresarial, decorrente do sucesso das principais cadeias de comida rápida e da restauração informal, cujo peso no mercado cresceu consideravelmente nos últimos anos. É previsível que esta tendência se acentue nos próximos meses, num contexto marcado pela forte redução da actividade devido à Covid-19.
Em 2019, havia em Portugal 32.364 empresas de restauração. O volume de emprego gerado ascendeu a 170 mil trabalhadores nesse mesmo ano, o que representa um número médio de 5,2 empregados por empresa. Lisboa concentra o maior número de operadores, com mais de 30% do total de sociedades em actividade. As cinco maiores empresas do sector por volume de negócios detinham uma quota de mercado conjunta de 12% em 2019, enquanto o peso global das dez principais rondou os 16%.
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