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Reino Unido, o 4º mercado das exportações portuguesas em 2015. E agora?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou ontem, 11 de Julho, o seu Destaque sobre Estatísticas do Comércio Internacional. E fez uma análise ao Brexit. Os analistas do Instituto salientam que, em 2015, o Reino Unido foi o 4º principal mercado das exportações portuguesas.

“Ainda não são conhecidos os moldes em que se poderá concretizar a saída do Reino Unido da UE, na sequência do referendo do passado dia 23 de Junho. No entanto, um acesso diferenciado do Reino Unido ao Mercado Único Europeu, com o eventual estabelecimento de tarifas alfandegárias nas transacções de bens entre o Reino Unido e a UE, a desvalorização da libra face ao euro, o clima de incerteza, assim como a possível contracção da economia e do consumo britânico, poderão afectar as exportações portuguesas”, diz o INE.

O Reino Unido é tradicionalmente um dos principais mercados de destino dos bens nacionais. Antes da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, era mesmo o maior cliente externo. Desde então o seu peso relativo tem vindo a diminuir. Em 1985 destinaram-se ao mercado britânico 14,6% das exportações portuguesas. No ano da adesão de Portugal, em 1986, o Reino Unido perdeu essa posição cimeira, passando a 3º principal mercado de destino (peso de 14,2%), em consequência dos acentuados crescimentos das exportações para França e Alemanha.

Em 1989, a Espanha ultrapassou o Reino Unido em termos de importância relativa que passou assim para a 4ª posição. Em 1993, ano de criação formal do Mercado Único Europeu, o RU tinha já um peso relativo de 11,5%. Nos anos mais recentes até 2015, Angola tornou-se o 4º principal destino das exportações portuguesas. No entanto, o Reino Unido continuou a ser um mercado com um peso relevante nas transacções de bens de Portugal, “tendo-se assistido a um crescimento contínuo das exportações portuguesas para aquele país após 2009, ano de crise global do comércio internacional. Esta evolução conjugada com desenvolvimentos recentes em Angola recuperou o Reino Unido como 4º principal destino das exportações portuguesas. Em 2015, as exportações de bens para o Reino Unido atingiram 3.350 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 13,8% relativamente a 2014 (+3,8% na globalidade dos países), concentrando 6,7% das exportações portuguesas. No 1º trimestre de 2016, as exportações para o Reino Unido cresceram 5,7% face ao mesmo período de 2015, enquanto na evolução global se registou uma redução de 1,7%. Neste período apenas as exportações para França e Espanha apresentaram aumentos superiores”, referem os analistas do INE.

Vestuário em destaque

Em 2015, destinaram-se ao Reino Unido 9,9% das exportações de vestuário. Apenas os mercados espanhol e francês detinham maior relevância (pesos de 42,0% e 14,0%, respectivamente). T-shirts, camisolas interiores e artigos semelhantes, de malha, fatos de saia-casaco, conjuntos, casacos, vestidos, saias, saias-calças, calças, jardineiras, calças curtas e calções, de uso feminino e fatos, conjuntos, casacos, calças, jardineiras, calças curtas e calções, de uso masculino foram os principais bens de vestuário exportados para o Reino Unido em 2015.

No 1º trimestre de 2016, o Reino Unido permaneceu como 3º maior cliente deste tipo de bens, com um peso de 9,3%. O Reino Unido foi também um dos principais clientes para as empresas exportadoras de máquinas e aparelhos. Em 2015 as exportações de máquinas e aparelhos tiveram como principais destinos a Alemanha (peso de 23,0%), Espanha (12,8%) e o Reino Unido (8,7%). Neste grupo de produtos os bens mais exportados para o mercado britânico foram quadros, painéis, consolas, cabinas, armários e outros suportes, para comando eléctrico ou distribuição de energia eléctrica, aparelhos de radiodetecção e de radiossondagem (radar), aparelhos de radionavegação e aparelhos de radiotelecomando e fios e cabos, incluídos os cabos coaxiais, e outros condutores, isolados para usos eléctricos.

Segundo o INE, os dados relativos ao 1º trimestre de 2016 revelaram um aumento do peso relativo do Reino Unido face a 2015 (+1,7 p.p.), reforçando assim a sua posição como 3º principal país de destino nas exportações nacionais de máquinas e aparelhos. O peso do Reino Unido nas exportações de produtos de óptica e precisão atingiu 11,2% em 2015, apenas superado pelas exportações para Espanha (18,0%) e Alemanha (16,3%). Nestas exportações para o Reino Unido destacaram-se os contadores, indicadores de velocidade e tacómetros e estroboscópios, seguindo-se as fibras ópticas e feixes de fibras ópticas; cabos de fibras ópticas. No 1º trimestre de 2016 o Reino Unido permaneceu como 3º maior destino deste tipo de bens, tendo o seu peso relativo aumentado para 12,8%.

6º maior fornecedor de bens

Em relação às importações de bens, provenientes do Reino Unido, estas atingiram 1 884 milhões de euros em 2015, sendo sobretudo produtos químicos, veículos e outro material de transporte e máquinas e aparelhos. O Reino Unido foi o 6º maior fornecedor de bens, com um peso de 3,1%. No 1º trimestre de 2016, as importações provenientes do Reino Unido diminuíram 5,2% face ao mesmo período de 2015, o que corresponde a uma evolução contrária à registada na globalidade dos países (+0,8%).

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