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Regantes de Portugal, Espanha e Itália defendem maior investimento no regadio público pela PAC e PRR

As federações de regantes de Portugal, Espanha e Itália defendem a necessidade de maior investimento na modernização do regadio público no âmbito da PAC e do Programa Europeu de Recuperação e Resiliência. “Os perímetros de rega públicos representam 75% da área de regadio no Sul da Europa e são um caso de sucesso de gestão democrática das águas públicas”, disseram aqueles agricultores durante a Ovibeja.

A Fenareg – Federação Nacional de Regantes de Portugal estima que será necessário investir 1.700 milhões de euros, até 2027, em três eixos estratégicos – resiliência, eficiência e sustentabilidade – de desenvolvimento do regadio, um sector essencial ao reforço da soberania alimentar de Portugal.

As federações de regantes de Portugal (Fenareg), Espanha (Fenacore) e Itália (Anbi) participaram num webinar na Ovibeja, a 23 de Abril, sobre “Utilização e gestão de perímetros de rega públicos — experiências europeias”, onde defenderam a necessidade de maior investimento nos aproveitamentos hidroagrícolas públicos, que gerem a água de forma democrática, num modelo participativo onde todos os agricultores têm uma palavra a dizer.

Em Portugal, as associações de regantes gerem os aproveitamentos hidroagrícolas que abastecem 40% da área total de regadio (249 mil hectares), no entanto, mais de metade destas infra-estruturas públicas têm mais de 40 anos de idade, carecendo de investimento urgente para melhorar a eficiência do uso da água e da energia na agricultura.

Gestão colectiva

“A gestão colectiva das infra-estruturas facilita a operação das redes, a monitorização da qualidade e quantidade da água utilizada e induz melhorias da qualidade da água e aumento de eficiência na sua utilização», afirmou José Núncio, presidente da Fenareg, citando o PEPAC – Plano Estratégico da PAC e recordando o compromisso assumido pela ministra da Agricultura com a continuidade dos apoios ao regadio público com financiamento a 100% nas estruturas colectivas.

Recorde-se que a Fenareg apresentou, na passada semana aos deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, a sua proposta de Estratégia Nacional para o Regadio, contemplando um forte compromisso com a economia da água, através da modernização das infra-estruturas de rega, considerando prioritárias as intervenções em construções anteriores a 1990.

1.700 milhões de euros até 2027

A Fenareg estima que será necessário investir 1.700 milhões de euros, até 2027, em três eixos estratégicos – resiliência, eficiência e sustentabilidade – de desenvolvimento do regadio, um setor essencial ao reforço da soberania alimentar de Portugal.

Por seu turno, o presidente da Fenacore – Federacion Nacional de las Comunidades de Regantes de Espanha, Andrés Del Campo, revelou na Ovibeja que em Espanha há 1 milhão de hectares de regadio público que precisam de obras de modernização e defendeu maior investimento no sector através de fundos da “bazuca europeia”.

A congénere italiana Associazione Nazionale Consorzi di Gestione e Tutela del Territorio e Acque Irrigue, que fornece água a 3,5 milhões de hectares de regadio em Itália, sublinhou no webinar a importância da “aposta na inovação como ferramenta para superar os conflitos na partilha do uso da água, porque as alterações climáticas exigem que pensemos as infra-estruturas de forma diferente”, disse Maximo Gargano, presidente da ANBI, dando o exemplo das 76 centrais de produção de energia fotovoltaica geridas pelos regantes italianos.

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