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Quercus e Acréscimo fizeram as contas. Prevenção florestal custa 165 M€ por ano

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e a Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal dizem que o preço anual da prevenção florestal em Portugal é de 165 milhões de euros por ano. “É necessário assim mais investimento na prevenção e ordenamento florestal, de modo a inverter esta situação”, dizem aquelas associações num comunicado conjunto, realçando que se trata de um “valor muito abaixo dos prejuízos anuais causados à economia portuguesa pelos incêndios florestais, que estão avaliados em mil milhões de euros”.

“É inadmissível que ano após ano exista cada vez mais investimento em combate aos incêndios do que na prevenção dos mesmos”, realçam as direcções daquelas associações.

Para os cálculos efectuados, foram tidos em conta os custos associados à abertura da rede primária de gestão de combustíveis (FGC), à criação de faixas e mosaicos (FGC), as primeiras junto da rede viária, de edificações em meios rurais, junto a aglomerados urbanos e a polígonos industriais.

Diz o mesmo comunicado que a abertura e beneficiação de caminhos florestais, a valores médios por concelho de 15 quilómetros e de 70 quilómetros, respectivamente, bem como a recuperação e restauro de casas florestais foram também tidas em consideração.

Foram igualmente considerados os encargos com o apoio, por 5 anos, a equipas de Sapadores Florestais, em recursos humanos e materiais, prevendo a criação de duas equipas por concelho, bem como com a contratação de vigilantes por um período de quatro meses ao ano (Junho a Setembro).

Aos cálculos efectuados pelas duas associações acrescem ainda os encargos com a arborização de 1% da área continental nacional com espécies de folhosas autóctones de baixa combustibilidade, a realização do cadastro florestal simplificado em 1 milhão de hectares e a recuperação de 10 mil hectares por ano de áreas ardidas.

Prejuízos de 1.000 milhões

Dizem aquelas associações que, de acordo com uma avaliação estritamente económica, realizada em 2012 por um grupo de 21 personalidades, entre os quais um ex-Presidente da República, ex-ministros e ex-secretários de Estado, bem como por economistas e agrónomos conceituados, o país assume um custo anual com os incêndios florestais avaliado em mil milhões de euros.

Não contabilizando os “incalculáveis custos com a perda de vidas humanas, aos encargos económicos há que associar os encargos ambientais e sociais. Entre estes, os associados à delapidação de recursos naturais, com destaque para o solo, a depreciação do território, com impacte na paisagem e no turismo rural, e com os prejuízos para a saúde pública, decorrentes do aumento da poluição para a atmosfera e para o meio aquático”, acrescenta o mesmo comunicado.

A Quercus e a Acréscimo apelam assim “a mais investimento na prevenção e ordenamento florestal e sanções para os municípios que não cumpram a legislação de Defesa da Floresta Contra Incêndios”. E dizem ser “também é necessária uma mudança de paradigma no ordenamento florestal, com uma maior utilização de espécies autóctones”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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