Os nemátodes de quisto da batateira (NQB) provocam graves danos nesta cultura. A sua designação abrange duas espécies – Globodera rostochiensis e G. pallida, e deriva do facto do corpo das fêmeas, após a sua morte, se transformar numa forma globosa contendo os ovos.
Estes quistos desempenham uma função de protecção essencial à sobrevivência dos nemátodes. Os NQB são organismos nocivos de quarentena (lista A2 da OEPP, Organização Europeia e Mediterrânica para a Protecção das Plantas.
Se quer saber tudo sobre esta praga da cultura da batata, tem de ler o Boletim Técnico nº 2/2018 do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
Origem e distribuição geográfica
Ambas as espécies de Globodera são originárias da Cordilheira dos Andes, tendo uma distribuição mundial. Em Portugal, a espécie G. rostochiensis foi detectada em 1953, na região de Bragança, tendo-se disseminado por todas as regiões produtoras de batata do País.
A espécie G. pallida, só viria a ser identificada em território nacional no ano de 1988. Nos últimos anos esta espécie tem vindo a ser detectada na maioria das amostras de solo analisadas no INIAV.
Hospedeiros
O principal hospedeiro destes nemátodes é a batateira mas podem também parasitar outras solanáceas como o tomateiro e a beringela, pelo que o cultivo em monocultura e por temporadas sucessivas em solos infestados eleva o risco de inviabilizar essas culturas.
Plantas infestantes como a doce-amarga (Solanum dulcamara), erva-moira (Solanum nigrum) e oca (Oxalis tuberosa), entre outras, são igualmente afectadas por estes fitoparasitas.
Sintomas
O ataque de G. rostochiensis e G. pallida traduz-se pelo aparecimento de manchas na cultura e pode também observar-se uma maior proliferação de infestantes junto às plantas afectadas.
As folhas da base apresentam-se murchas e com uma coloração amarelada e as folhas superiores enrolam e têm manchas castanhas nas margens dos folíolos.
As raízes apresentam lesões castanhas e ramificações anormais, não havendo resposta à fertilização. Os tubérculos são mais pequenos e em menor número e podem ter pequenas lesões à superfície, ficando desvalorizadas do ponto de vista comercial. A observação cuidada das raízes poderá permitir a detecção dos pequenos quistos.
Pode consultar o Boletim do INIAV aqui.
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