O Projecto “Semear e Alimentar Local” mobilizou 1.527 participantes, entre produtores, educadores, técnicos municipais e outros intervenientes, concluindo que 55% dos produtores locais identificados têm interesse em abastecer cantinas escolares, mas apenas 21% das escolas realizam compras em comércio local. Estes são alguns dos resultados apresentados no Encontro sobre Dieta Mediterrânica, em Évora.
O Évora Hotel foi palco do Encontro “Dieta Mediterrânica e Alimentação Saudável e Sustentável”, uma iniciativa promovida no âmbito do Projecto SAL – Semear e Alimentar Local, integrado no Plano Nacional da Alimentação Equilibrada e Sustentável (PNAES). O evento reuniu especialistas, produtores, académicos e representantes de entidades locais e nacionais, promovendo uma reflexão conjunta sobre práticas alimentares sustentáveis e o papel da Dieta Mediterrânica como património cultural e vector de desenvolvimento regional.
Um dos momentos centrais foi a apresentação dos resultados do Projecto SAL, conduzida por Francisca Valério, da Terras Dentro – Associação para o Desenvolvimento Integrado, que sublinhou o impacto da iniciativa no fortalecimento das cadeias alimentares locais, na valorização dos produtos regionais e na promoção de uma alimentação mais sustentável, avança um comunicado de imprensa do projecto.
Em 14 concelhos, foram identificados 87 produtores locais, dos quais 55% demonstraram interesse em abastecer cantinas escolares. Contudo, a falta de produção suficiente foi destacada como um dos principais obstáculos ao fornecimento regular, sendo que 20 produtores indicaram esta limitação.
Nas escolas, foi identificado que 21% realizam actualmente compras em comércio local, e 53 delas demonstraram interesse em serem abastecidas por produtores da região, sendo que 87% tem uma gestão directa das cantinas o abastecimento local tem potencial para crescer. Para promover essa aproximação, foram realizadas 89 acções de sensibilização em escolas de municípios como Viana do Alentejo, Arraiolos, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Portel, que envolveram um total de 908 alunos e professores.
Ao longo do projecto, foram realizadas 37 reuniões que envolveram 99 participantes, entre representantes de Municípios, Agrupamentos de Escolas, Centros de Saúde e outras entidades locais, num esforço conjunto para aproximar produtores, escolas e cantinas colectivas.
O projecto também desenvolveu acções com Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), com seis sessões realizadas nos concelhos de Borba, Alandroal, Redondo e Mora, envolvendo 77 participantes. Além disso, foram organizados 10 workshops, em municípios como Évora, Mourão e Montemor-o-Novo, que contaram com a presença de 144 participantes, e três visitas de transferência de boas práticas a Idanha-a-Nova, à Área Metropolitana de Lisboa e a Torres Vedras, com a participação de 69 pessoas.
No total, o projecto mobilizou 1.527 participantes directos, entre produtores, educadores, técnicos municipais e outros intervenientes, promovendo uma ampla sensibilização sobre a importância de valorizar os produtos locais e de implementar práticas alimentares sustentáveis no território, acrescenta o mesmo comunicado.
Os resultados do Projecto SAL reforçam “a relevância de aproximar produtores locais das instituições de restauração colectiva, superando os desafios logísticos identificados e promovendo a adopção de cadeias alimentares mais curtas e sustentáveis. A continuidade deste trabalho é essencial para consolidar o Alentejo como um território pioneiro na implementação de políticas alimentares inovadoras, que valorizam a Dieta Mediterrânica enquanto património cultural e modelo de sustentabilidade”.
O Projecto SAL – Semear e Alimentar Local, dinamizado pela Terras Dentro, em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, Monte Ace, Rota do Guadiana – ADI e Leadersor, foi enaltecido como uma referência no incentivo à sustentabilidade alimentar e no reforço da identidade local através da Dieta Mediterrânica.
Agricultura e Mar