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Projecto 671 do OPP quer identificar castas de uva desconhecidas para novos vinhos

Os projectos apresentados ao Orçamento Participativo Portugal (OPP) está a votação, pelos cidadãos, até 10 de Setembro de 2017. Isso mesmo lembra a ADVID – Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense que em conjunto com a PORVID – Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira e a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, apresentou o Projecto nº 671 – Castas de Uva Desconhecidas para Novos Vinhos.

Explicam os responsáveis pelo projecto que o processo de diversificação de castas em Portugal não parou e que há uma “colecção de videiras onde, potencialmente, existe a maior probabilidade de se encontrarem castas desconhecidas, oriundas de cruzamentos naturais”. Castas essas que aqueles responsáveis querem identificar. “A nossa proposta consiste em analisar o ADN de 5.000 a 7.000 daquelas videiras, usando os meios disponíveis em instituições científicas de todo o país e compará-lo com o das castas conhecidas”, refere o projecto proposto ao OPP.

“Existe aqui uma rara janela de oportunidade para afirmar Portugal na liderança mundial do conhecimento e conservação da diversidade da videira, uma fonte de resiliência e sustentabilidade em tempos de instabilidade e grandes desafios, climáticos e outros, que muitos países procuram, mas que apenas Portugal tem condições para materializar no curto prazo”, realçam os proponentes.

O projecto 671 foi analisado tecnicamente pelas áreas da ciência e agricultura, tem uma duração de concretização de 18 meses e um orçamento 200.000 euros.

O Orçamento Participativo Portugal (OPP) é um processo democrático, directo e universal, através do qual qualquer cidadão pode propor formas de investimento público em diferentes áreas da governação, entre as quais a agricultura. Através do OPP os portugueses podem decidir como investir 3 milhões de euros.

Maior número de castas de uva autóctones

Segundo os autores do projecto, Portugal é o País da União Europeia que apresenta o maior número de castas de uva autóctones quando comparado à área do seu território. “É a multiplicidade de castas nas vinhas portuguesas que confere distinção aos vinhos portugueses e os tornam apreciados dentro e fora de fronteiras por todos os gostos e preferências. São elas que tornam os vinhos de Portugal uma experiência divertida de descoberta e surpresa, suportando a mensagem para os apreciadores: Portugal, um Mundo de Diferença”.

Aqueles responsáveis adiantam que “verificou-se recentemente que o processo de criação natural de novas castas continua nos nossos dias em Portugal. Ou seja, o processo de diversificação não parou; antes está em curso como sempre aconteceu no nosso território desde tempos ancestrais e, potencialmente, podem existir dezenas de castas desconhecidas por entre as mais antigas vinhas que ainda subsistem em Portugal”.

Dizem os responsáveis pelo projecto 671 que essas castas desconhecidas “podem trazer novos aromas e sabores para novos vinhos, podem ajudar na adaptação às alterações climáticas, podem ser fonte de substâncias importantes para farmacêutica, cosmética ou nutrição… Em Portugal existe uma rede de vinhas de conservação e estudo que foram multiplicadas a partir de cerca de 30.000 videiras identificadas maioritariamente em vinhas antigas, de todas as regiões vitivinícolas do continente, Açores e Madeira, onde a diversidade ancestral se encontrava intocada no momento da recolha”. É nessa colecção de videiras onde, potencialmente, existe a maior probabilidade de se encontrarem castas desconhecidas, oriundas de cruzamentos naturais.

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Um comentário

  1. Uma iniciativa que merece todo o apoio dos organismos responsáveis. Da mesma forma deveriam ser catalogadas as castas em vias de extinção, a criação de um banco genético de todas as castas autóctones já identificadas bem como a elaboração de um estudo sobre o seu comportamento e enquadramento face às actuais alterações climáticas.

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