As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Janeiro, apontam para uma redução significativa da produção de azeitona para azeite (-30% face a 2015), reflexo de condições climatéricas adversas e da alternância anual de produção dos olivais tradicionais.
O INE adianta que, nos olivais, a campanha iniciou-se com uma abundante floração. Contudo, a fase do vingamento dos frutos decorreu sob condições meteorológicas muito adversas (Primavera bastante chuvosa), o que resultou numa carga de frutos inferior à da campanha anterior.
Este aspecto, conjugado com a normal alternância produtiva da variedade Galega, predominante nos olivais tradicionais de sequeiro (que ainda representam uma componente muito significativa da estrutura do olival nacional), contribuiu para a redução da produção de azeitona para azeite, que nesta campanha deverá rondar as 491 mil toneladas (-30% que em 2015). “Não obstante a modernização do sector da olivicultura observada na última década, o fenómeno de safra e contra-safra continua a manifestar-se de forma evidente”, explicam os técnicos do INE.
As fundas (rendimento da azeitona em azeite) foram aumentando com o decorrer da apanha, mas continuam inferiores às registadas na campanha anterior. O azeite obtido é, regra geral, de boa qualidade.
Janeiro muito seco
O mês de Janeiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como muito seco. A precipitação total foi consideravelmente inferior à normal, em particular nas regiões do Norte e Centro, tendo-se concentrado em especial na última semana. Quanto à temperatura, os valores médios ficaram abaixo da normal, registando-se a partir do início da segunda quinzena uma acentuada descida nas temperaturas, com a ocorrência de ondas de frio em diversos locais do Centro e no litoral da região Sul e vários dias de temperaturas mínimas negativas, com formação frequente de geada.
“Estas condições meteorológicas permitiram que os trabalhos agrícolas tenham decorrido sem problemas, nomeadamente a conclusão da apanha da azeitona, as podas dos pomares e vinhas e as adubações das searas de Inverno e das culturas permanentes. No entanto, o frio intenso diminuiu substancialmente o desenvolvimento vegetativo das culturas instaladas, tendo causado prejuízos significativos na horticultura, floricultura e em alguns pomares de citrinos”, adianta o Instituto.
Agricultura e Mar Actual