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Previsões do INE: fraco desenvolvimento vegetativo das pastagens com “cenário grave” no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

A persistência da situação de ausência de chuva dos últimos três meses (apenas interrompida nos últimos dias de Outubro e, em alguns locais, nos dias 20 e 21 de Novembro), no Ribatejo, Alentejo e Algarve, agravada pela diminuição das temperaturas, conduziu a um fraco desenvolvimento vegetativo das pastagens, com um cenário particularmente grave no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, onde são raras as pastagens já germinadas.

Quem o diz são os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Dezembro de 2021. 

No entanto, a produção forrageira da campanha 2020/21 (entre 10% e 20% superior à anterior), permitiu um maior armazenamento de fenos e silagens, garantindo o reforço da suplementação da alimentação dos efectivos explorados em regime extensivo (necessário para fazer face à escassez de matéria verde nas pastagens).

Heterogeneidade entre as regiões a Norte e a Sul do Tejo

Acrescentam os técnicos do Instituto Nacional de Estatística, com base nas previsões agrícolas em 30 de Novembro de 2021, que o desenvolvimento dos prados, pastagens e culturas forrageiras de sequeiro continuou a apresentar heterogeneidade entre as regiões a Norte e a Sul do Tejo.

No Norte e Centro a precipitação ocorrida em Setembro e Outubro, associada às temperaturas amenas, permitiu um reinício de ciclo normal, com um crescimento significativo de matéria verde que se manteve durante o mês de Novembro.

Novembro muito frio e muito seco

Refere ainda o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Dezembro de 2021 que o mês de Novembro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como muito frio e muito seco. O valor da temperatura média do ar (11,2°C) foi o quarto mais baixo desde 2000, tendo apresentado uma anomalia de -1,2°C face à normal 1971-2000.

Este desvio foi sobretudo consequência da ocorrência de temperaturas mínimas baixas (com valores inferiores à normal em quase todos os dias), em particular no interior Norte, litoral Centro e a Sul do Tejo.

Quanto à precipitação, o valor médio foi de 18,9mm, correspondendo a um desvio de -90,5mm face à normal 1971-2000, posicionando este Novembro como o terceiro mais seco desde 1931.

No final de Novembro, e de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, observou-se um aumento significativo da seca meteorológica, quer em extensão, quer em intensidade. Cerca de 92% do território continental encontrava-se em seca meteorológica (28% no final de Outubro), com as classes de seca moderada e severa a ocuparem mais de 30% do território continental (15% no final de Outubro), predominantemente nos distritos de Lisboa, Setúbal, Beja e Faro.

O teor de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, diminuiu face ao final de Outubro, em particular nos distritos de Setúbal, Beja e Faro, onde em muitos locais já se atingiu o ponto de emurchecimento permanente.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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