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Previsões agrícolas do INE: produção de vinho é a mais baixa das últimas duas décadas

As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Outubro, apontam para reduções generalizadas de produção nas fruteiras, vinha e olival. Na maçã e na pêra, as diminuições, face à campanha anterior, são de 15% e 20%, resultantes da conjugação de fracas polinizações, problemas fitossanitários e da onda de calor de Agosto.

No kiwi, dizem os técnicos do INE, a carga de frutos é heterogénea registando-se danos em alguns pomares devido à passagem da tempestade Leslie, estimando-se uma produção inferior à de 2017 (-5%).

Vinha: prejuízos causados pelas elevadas temperaturas

Na vinha, a extensão dos prejuízos causados pelas elevadas temperaturas foi variável, mas estendeu-se por quase todas as regiões vitivinícolas, prevendo-se uma das menores produções de vinho das últimas duas décadas (5,2 milhões de hectolitros).

A produtividade da azeitona para azeite deverá reduzir-se em 15%, resultado de uma grande variabilidade de produção nos olivais tradicionais de sequeiro. Em sentido contrário, os soutos apresentam uma produção de castanha que se prevê 5% superior à da campanha anterior.

Quanto às culturas anuais, prevêem-se diminuições na produção de tomate para a indústria (-26%, devido exclusivamente à diminuição da área instalada) e de girassol (-10%). Nos cereais de primavera/verão, os efeitos dos ventos fortes associados à tempestade Leslie foram bem visíveis, com consequências na produção global estimada: para o milho, e apesar do aumento da área semeada, os estragos nas searas do Baixo Mondego e Pinhal Litoral diminuíram o rendimento unitário, resultando na manutenção da produção da campanha anterior; no arroz, os campos do Baixo Mondego sofreram danos que conduziram a uma diminuição de 5% na produção.

Outubro seco

O mês de Outubro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como seco. O valor médio de precipitação foi de 70,4mm, correspondente a 72% da normal (1971-2000).

Em relação à temperatura do ar, o mês classificou-se como normal, muito embora com variações significativas: um período muito quente durante a primeira semana, com desvios da temperatura máxima superiores à normal em mais de 9ºC; um período muito frio, nos últimos cinco dias, com valores mínimos históricos para algumas regiões do Norte e Centro. De salientar ainda a passagem da tempestade Leslie, nos dias 13 e 14, com registo de precipitação e ventos muito fortes nos distritos de Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro e Viseu.

Estas condições meteorológicas permitiram que todos os trabalhos agrícolas em curso se realizassem praticamente sem restrições. No entanto, a precipitação e os ventos muito fortes associados à tempestade Leslie provocaram, no litoral Centro, avultados prejuízos em estruturas agrícolas e em diversas culturas, nomeadamente no milho, em hortícolas e no kiwi.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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