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Preços das matérias-primas para alimentação animal e humana não param de subir. IACA: com desvalorização do euro parece que o “Céu é o limite”

A subida dos preços das principais matérias-primas para a alimentação animal e humana, com impacto nos preços dos alimentos, não pára. “Eis que, quando pensávamos que os preços tinham atingido o seu pico, os mercados não deixam de nos surpreender, o euro desvaloriza e parece que o “Céu é o limite”. O pesadelo parece não ter fim e a questão que se coloca é: como vamos enfrentar tudo isto até à Primavera de 2022?”.

Este é o alerta deixado pelo secretário-geral da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, Jaime Piçarra, na sua rubrica “Notas da Semana”, no site da Associação.

Perante os apelos, públicos e ao Governo, dos suinicultores e dos produtores de leite, com “ameaças de falências, redução de efectivos, empobrecimento, abandono do território, desertificação, maior dependência”, Jaime Piçarra diz ser “urgente a tomada de medidas e, desde já, reactivar a Comissão de Acompanhamento sobre o abastecimento agroalimentar que tão bem funcionou durante a pandemia”.

E, no seu artigo de opinião, o secretário-geral da IACA não esquece a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26). 

“É inegável que as alterações climáticas são, e devem ser, a grande prioridade da nossa geração, mas o seu combate deve ser planeado e coerente, com compromissos exequíveis, sem hipocrisia, para ser levado a sério. Uma das conclusões de Glasgow é a de que esse combate passa por três grandes áreas estratégicas, com grande impacto nas nossas vidas: a redução das emissões, as energias renováveis e a florestação. O problema, que não é de somenos, reside na definição de estratégias e na execução temporal”.

Florestação

E é na “florestação ou o combate à desflorestação, onde a União Europeia quer liderar”, que Jaime Piçarra deixa mais um alerta: “a sociedade civil, influenciada pelo ruído dos ambientalistas e das redes sociais, insiste em não reconhecer, entre outros, as moratórias sobre a desflorestação na Amazónia, o “balanço de massa”, e o esforço relativamente ao fornecimento de soja responsável que está a ser feito nesses países. É verdade que existe uma percepção negativa e, muitas vezes, um discurso e uma prática dos seus líderes em contraciclo com os “valores” europeus, que os (nos) penaliza”.

Segundo aquele responsável, “no próximo dia 17 de Novembro, deverá ser apresentada pela Comissão Europeia a sua proposta sobre cadeias de abastecimento, visando determinadas matérias-primas, provenientes de zonas de desflorestação ou de florestas degradadas”.

“Tal como a conhecemos, a proposta não aborda os problemas na origem, onde esta questão constitui um problema sério, arriscando-se a perder uma oportunidade de liderar o caminho para o fim da desflorestação.  (…) Na prática, corremos um sério risco de aumentar os preços, reduzir o número de fornecedores e de origens, criar mais constrangimentos logísticos, amplificando a reduzida oferta de fontes de alta proteína”, frisa Jaime Piçarra.

Pode ler a “Notas da Semana — A Transição tem mesmo de ser dolorosa?”, de Jaime Piçarra aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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