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PortugalFoods apresenta documento estratégico para inovação e desenvolvimento de novos produtos no sector agroalimentar

A PortugalFoods acaba de apresentar o “Roadmap Tecnológico para o sector agroalimentar português”, um documento estratégico para o processo de inovação e desenvolvimento de novos produtos para o sector agroalimentar nacional. Desenvolvido no âmbito do Projecto PortugalFoods_Qualifica, pretende contribuir para que as empresas compreendam as tendências e necessidades do mercado e os fluxos de conhecimento que permitem dar resposta a essas necessidades, para que possam orientar os seus recursos no sentido que garantir a sua competitividade.

O documento – que tem associado um horizonte temporal definido e identifica um conjunto de caminhos críticos para a prossecução dos objectivos tecnológicos e de mercado das empresas e do sector – apresenta quatro camadas distintas que se relacionam com cinco percursos tecnológicos que traduzem as ligações e interdependências entre as várias camadas e os elementos que as constituem, resultando num mapa global que consolida este guia.

Quatro camadas interdependentes

Mercado, produto, tecnologia/processo e actividades de I&D são as quatro componentes, camadas, consideradas mais importantes na elaboração deste Roadmap. Interdependentes e interrelacionadas, estas componentes têm associados processos de desempenho com horizontes temporais definidos, entre o curto, o médio e o longo prazos (1, 3 e 7 anos respectivamente).

A componente “mercado” contém as tendências/oportunidades de mercado existentes para as empresas do sector. A componente “produto” apresenta os produtos que as empresas poderão desenvolver/melhorar com vista a dar resposta às oportunidades identificadas na camada mercado. A componente “tecnologia/processo” identifica as tecnologias/processos que terão de ser desenvolvidos e/ou adoptados para ser possível obter os produtos identificados na componente anterior. E, finalmente, a componente de “actividades de I&D” que engloba as abordagens de investigação e de desenvolvimento necessárias à concretização das tecnologias/processos e produtos previstos.

Oportunidades de mercado

Na componente “mercado” são identificadas 10 tendências/oportunidades de mercado existentes para as empresas do sector, cada uma com características próprias e com um horizonte temporal próprio de expectativa de desenvolvimento.

Estas tendências são: dietas low-carb (curto prazo), eat-on-the-go (curto prazo), alternativas a ingredientes prejudiciais para a saúde (curto-médio prazo), sustentabilidade (curto-médio prazo), food integrity (curto-médio prazo), saúde e bem-estar (curto-médio prazo), alimentação personalizada (curto-médio-longo prazo), dietas plant based e meat free (curto-médio-longo prazo), sabores inovadores (médio prazo) e clean Label (médio-longo prazo).

Já a componente “produto” identifica 16 necessidades de produto associadas às tendências de mercado, com excepção para as tendências “sustentabilidade” e “food integrity” que, pela sua natureza, deverão estar associadas a todos os novos produtos em desenvolvimento na indústria agroalimentar, independentemente do seu horizonte temporal.

Produtos com baixo teor de sal e de açúcar, com redução/eliminação de conservantes e de corantes sintéticos ou que estimulem a saúde mental estão entre os identificados como necessários. Ainda, e neste mesmo conjunto, encontram-se os produtos alimentares baseados em proteínas alternativas (como larvas, insectos e proteína vegetal) e os com novos sabores, de fusão e experiências étnicas.

A componente “tecnologia/processo” identifica 27 necessidades relevantes para a obtenção dos produtos identificados na componente “produto”. Entre estas quase três dezenas de necessidades encontram-se as embalagens activas/funcionalizadas, a desidratação, a inteligência artificial e a Internet das coisas, os métodos analíticos para a determinação de origem e detecção de adulterações ou a cultura in-vitro de células animais.

Actividades de I&D

Finalmente, a componente “actividades de I&D” que identifica 13 actividades necessárias ao desenvolvimento das tecnologias/processos e produtos identificados nas componentes anteriores. Nesta componente, relacionada com a investigação e desenvolvimento que são necessários para a supressão das necessidades identificadas, podem encontrar-se o desenvolvimento de alimentos que promovam a saúde e o bem-estar, com propriedades antimicrobianas e antioxidantes, e de novos métodos para controlo da qualidade, origem, detecção de adulterações e segurança alimentar.

A valorização de subprodutos para a criação de novos alimentos e produtos e o desenvolvimento de fontes alternativas de macronutrientes fazem também parte das actividades de I&D.

Cinco percursos tecnológicos

São cinco os percursos tecnológicos apresentados pelo Roadmap e têm como objectivo permitir a análise das ligações e interdependências entre as quatro componentes identificadas e as suas várias necessidades. Estes percursos tecnológicos representam caminhos genéricos que as empresas do sector agroalimentar português terão de percorrer desde a fase de I&D e desenvolvimento tecnológico até à fase de mercado.

O primeiro percurso tecnológico relaciona as interdependências das tendências de mercado “Saúde e bem-estar” e “Alimentação personalizada” e que materializam a procura crescente dos consumidores por alimentos que potenciem a saúde e bem-estar ao mesmo tempo que se adequam às suas necessidades sociais e culturais.
O segundo percurso, o menos complexo, foca-se apenas numa tendência de mercado – “Dietas plant based e meat free” – e está relacionado com a necessidade de desenvolver produtos alimentares com proteínas alternativas ou formuladas em laboratório.

Por outro lado, o terceiro percurso, o mais complexo, relaciona as tendências “Alternativas a ingredientes prejudiciais para a saúde”, “Clean label” e “Dietas low carb” evidenciando a necessidade da indústria desenvolver produtos mais naturais e menos processados e com menor impacto na saúde dos consumidores.

Já o quarto percurso tecnológico relaciona as necessidades de tecnologia/processo com as tendências de mercado “Sabores inovadores” e “Eat-on-the-go”, colocando o foco na globalização e nos novos estilos de vida e hábitos de consumo dos consumidores, cada vez mais em exigentes, ávidos de novas experiências e em movimento.

Finalmente, o quinto percurso, que relaciona as necessidades tecnológicas associadas às duas tendências de produto transversais – “Sustentabilidade” e “Food integrity” – que deverão estar presentes em todos os novos produtos a desenvolver pela indústria agroalimentar, pelo que, neste percurso, a relação é estabelecida entre as tendências de mercado e as necessidades de tecnologia/processo para o desenvolvimento dos produtos.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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