A Escola da Floresta do Politécnico de Coimbra (IPC) deu hoje, dia 13 de Maio, um passo decisivo com a assinatura do protocolo de colaboração com a Câmara Municipal da Lousã, que teve lugar numa cerimónia pública neste Município. O arranque desta ideia torna-se possível com os apoios do Plano de Recuperação e Resiliência.
O pólo do IPC vai iniciar actividade em Setembro deste ano, arrancando com cursos nos domínios da floresta e do fogo, envolvendo a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), nomeadamente, um Curso Técnico de Ensino Superior (CTeSP) em Operações Florestais (duração de dois anos), uma Pós-graduação em Análise de Incêndios (PNGIFR) (duração de um ano), uma Pós-graduação em Inovação em Gestão das Operações Florestais (duração de um semestre) e 12 cursos de Microcredenciações em Formação Autónoma em Análise de Incêndios.
Os cursos propostos na área dos incêndios rurais, e previstos no âmbito do Plano Nacional de Qualificação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, serão dinamizados no âmbito dos Programas Impulso, coordenados pelo IPC, e contarão com a participação de várias instituições de ensino superior, nomeadamente, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a UL-Instituto Superior de Agronomia, o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), a UA e outras entidades como a Escola Nacional de Bombeiros, o ICNF — Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a AGIF – Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais, a Polícia Judiciária e o ForestWise – Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo, entre outros.
Os cursos na área das operações florestais têm o envolvimento de duas unidades orgânicas de ensino do IPC, a ESAC e o ISEC, contam com o apoio do ICNF (COTF) e com o envolvimento das empresas Navigator, Altri, Sonae-Arauco, Centro Pinus, REN, e-Redes, ANEFA — Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente e os seus associados.
Numa segunda fase, está previsto o envolvimento da ESEC nas vertentes do turismo de natureza e de montanha e será avaliada a participação de outras escolas e matérias.
Esta é a primeira acção do Politécnico de Coimbra no âmbito do Programa Impulsos, concebido com inúmeros agentes do território, nomeadamente câmaras municipais, empresas e instituições do sector social. O programa vai entrar na fase de execução e terá a coordenação do IPC, da CIM Região de Coimbra e do CEC – Câmara de Comércio e Indústria do Centro.
Novo pólo de ensino superior
A Escola da Floresta é o novo pólo de ensino superior do Politécnico de Coimbra na Lousã. Tendo em conta o objectivo de descentralização da formação do IPC para um maior número de municípios da região, a marca Escola da Floresta cumprirá essa missão na Lousã, refere uma nota de imprensa do Instituto.
No seu seio nascerão cursos cuja responsabilidade científica e execução será do IPC, em parceria com vários organismos e empresas e cuja matriz será a de formar “à medida” profissionais de elevada competência e desempenho nas áreas que vierem a ser determinadas.
Na sua intervenção, o presidente do IPC, Jorge Conde, recordou o processo de quatro anos e meio que decorreu desde o desafio inicial do presidente da Câmara da Lousã em Novembro de 2017, logo após os incêndios que assolaram a região nesse ano, aos inúmeros contactos com responsáveis políticos e económicos para concretização desta ideia, “mas apesar das muitas vontades e algumas sinergias, o tempo da pandemia justificou outras prioridades e direcções”.
Apoios do PRR
“Ironia das ironias, acaba por ser a pandemia, através do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], a proporcionar meios para o arranque desta ideia”, referiu Jorge Conde. O responsável espera que em Setembro deste ano o projecto dê “os primeiros passos na formação de pessoas e no aumento de competência que o país precisa”.
“No Politécnico de Coimbra gostamos de fazer, gostamos de ser a instituição do território e gostamos de trabalhar fora de portas. Esta é um dos projectos que, estou certo, garantirá essa nossa matriz e que será um sucesso, com o trabalho e empenho de todos”, garantiu.
O presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, considerou as áreas da floresta e do fogo como “determinantes e identitárias” da Lousã e realçou a importância da criação de um centro de conhecimento no Município – reforçando a oferta formativa no concelho, complementando a já existente – numa perspectiva de trabalho em proximidade e em relação com os agentes no território.
O autarca salientou que com a Escola da Floresta se dava “expressão a um objectivo âncora da estratégia de desenvolvimento integrado, a valorização do Capital Humano”. Luís Antunes referiu ainda o contributo significativo para o reforço da dinâmica social e económica do concelho, bem como para potenciar a atractividade e notoriedade do mesmo.
O autarca finalizou a sua intervenção referindo que “por tudo o que já foi dito, este momento marca, também, a afirmação de um concelho com Ecos da Serra e Caminhos de Futuro”.
Por sua vez, o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Luís Paulo Costa, considerou a criação da Escola da Floresta um facto que atesta “a importância para a região e para o Município da protecção de um dos nossos bens mais valiosos, a preservação da floresta”, apontando a Lousã como um local ideal para a criação de “um hub para a floresta”. Referindo tratar-se de um bom exemplo de ciência aplicada e da aproximação da academia ao território, o responsável espera que esta venha aumentar a resistência do território aos incêndios rurais.
Agricultura e Mar