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Graphocephala atropunctata, vector da doença (Xylella fastidiosa) na vinha. Adulto (feminino) em videira. Foto: AH - Purcell Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA)

Plano de Contingência Nacional para combater Xylella fastidiosa está accionado

O Governo accionou já o Plano de Contingência Nacional que estabelece o conjunto de procedimentos destinados a garantir uma rápida e eficaz resposta em caso de detecção da Xylella fastidiosa em Portugal.

O Ministério da Agricultura solicita aos agricultores que estejam atentos aos sintomas da doença e informem os seus serviços caso dectetem nas plantas algum sintoma indicativo da possibilidade da presença da bactéria.

Num raio de 100 metros a partir da planta infectada (Zona Infectada) foram já destruídas mais de 200 plantas susceptíveis de hospedar a bactéria e estão já em curso as operações de prospecção num raio de 5 Km a partir do foco de detecção da bactéria (Zona Tampão), salienta uma nota de imprensa do Gabinete do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos.

O insecto vector não está activo, nem foi detectado em nenhuma forma na Zona Infectada

Das mais de 400 amostras colhidas dentro da Zona Infectada, e analisadas até à última sexta-feira (18 de Janeiro), apenas obtiveram resultado positivo amostras colhidas em lavandas (menos de 10% das amostras).

Colheita de amostras

Os serviços do Ministério da Agricultura (Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas) estão agora a proceder à colheita de amostras e verificação de sintomas em plantas de espécies sensíveis à bactéria dentro da Zona Tampão.

Estas operações envolvem também os municípios de Vila Nova de Gaia e Gondomar, que estão em contacto permanente com os serviços do Ministério da Agricultura, por forma a articular a implementação das medidas do Plano de Contingência.

Folheto informativo

Estas medidas incluem a divulgação de um folheto informativo indicando cuidados a ter com a movimentação de plantas ou partes de plantas que se destinem a plantação.

O folheto será distribuído às populações abrangidas pela Zona Demarcada (Zona Infectada + Zona Tampão), em conjunto com a factura da água. Será também implementada sinalética nas vias de comunicação, indicando a fronteira da Zona Demarcada.

A estas medidas e à intensificação da amostragem, correspondem outras medidas preventivas, de que é exemplo a proibição de compra e venda de espécies sensíveis à bactéria dentro da Zona Tampão. Ou seja, os operadores económicos estão impedidos de comercializar essas plantas.

Estirpe multiplex

Foi já identificada a estirpe da bactéria Xylella fastidiosa que infectou as plantas de lavanda. Trata-se da estirpe multiplex, que, apesar de poder afectar também oliveiras, não corresponde à estirpe que em Itália está a afectar milhares de hectares de olival, a estirpe pauca, cuja presença não foi identificada.

A bactéria Xylella fastidiosa é transmitida por um insecto vector, o Philaenus spumarius (vulgarmente conhecido como cigarrinha-da-espuma), que se alimenta do xilema das plantas e cujo ciclo se inicia na primavera com a eclosão dos ovos, que se encontram depositados no solo durante o inverno.

“Ou seja, neste momento, o insecto vector não está activo, nem foi detectado em nenhuma forma na Zona Infectada, circunstância que ajuda a reduzir as possibilidades de propagação da doença, enquanto são tomadas medidas de combate”, acrescenta a mesma nota.

Plantas com mais de 10 anos

As plantas de lavanda nas quais foi detectada a presença da bactéria foram produzidas no próprio jardim onde se encontravam (Jardim Zoológico de Santo Inácio), a partir de plantas ali existentes há mais de 10 anos. As plantas onde a bactéria foi identificada não apresentavam sintomas de doença e foram imediatamente destruídas após o conhecimento do resultado positivo da análise.

Desde 2014, ano em que entrou em vigor o Programa Nacional de Prospecção, foram realizadas 3.692 acções de inspecção e colhidas cerca de 2.600 amostras para prospecção. Os resultados das análises foram sempre negativos até agora.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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