Arrancou mais uma campanha da pesca da sardinha, espécie nobre e muito apreciada à mesa pelos portugueses. Na campanha deste ano os pescadores nacionais vão poder capturar até 37.642 toneladas, mais de 8.000 toneladas que em 2022. A centenária Pinhais, símbolo incontornável da indústria conserveira nacional, planeia absorver cerca de 600 toneladas de sardinha, quota semelhante à do ano anterior, cuja quantidade foi usada em 3,2 milhões de latas de conservas.
Para a conserveira, a reabertura de mais uma época de pesca da sardinha “é sinónimo de celebração e entusiasmo, mas também em que começa o período mais antecipado, pautado por grande azáfama e laboração intensa”.
“Com uma ligação muito forte à comunidade piscatória local, a conserveira começa o dia bem cedo na Lota de Matosinhos, onde participa nos leilões dos cabazes, com 22,5 Kgs de sardinha cada. Este processo é vital para assegurar a adequação dos produtos da Pinhais, que são de nicho e reconhecidos pela qualidade superior, assim como para a sustentabilidade da comunidade piscatória local”, refere uma nota de imprensa da conserveira.
Método tradicional em toda a sua produção
De salientar que a Pinhais é a única fábrica de conservas no País que mantém o método tradicional em toda a sua produção, que inicia com o arranque da campanha da pesca da sardinha, ritual que preserva há mais de 100 anos. O processo artesanal, que compreende várias etapas fundamentais, cerca de 40, é elaborado e pormenorizado, requerendo quase em exclusivo o trabalho manual, uma garantia para a elevada qualidade reconhecida aos produtos da marca e da autenticidade das suas conservas, adianta a mesma nota.
Após a compra, a sardinha é cortada, sendo-lhe retirada toda a tripa para evitar o amargor no processo de conservação. Seguem-se a lavagem das sardinhas nas grelhas para eliminar quaisquer impurezas que adulterem o processo de maturação e o corte dos ingredientes frescos, como a cenoura ou a malagueta. Resistindo à tentação de produzir mais e mais rapidamente, a Pinhais mantém a pré-cozedura nos fornos a vapor, a que se segue o arrefecimento, o enlatamento e a esterilização. Depois segue-se a maturação das conservas, durante o restante ano.
“Desde sempre que a Pinhais destacou para a lota compradores da sua maior confiança para a aquisição do bem mais precioso, o peixe. A qualidade da matéria-prima é fundamental para garantir a qualidade das nossas conservas. Ao existir uma quota de pesca deste peixe é a garantia da sustentabilidade da espécie a longo prazo.”, explica João Paulo Teófilo, gerente da Pinhais.
Para o responsável, a quota estipulada para captura de sardinha na campanha de 2023 “está perfeitamente adequada e equilibrada.”
Esta é uma época em que 125 colaboradores da Pinhais, a maioria dos quais com muitos anos de casa, iniciam uma fase de laboração intensa, uma vez que é neste período que produzem o que a empresa vende ao longo do ano.
Sendo este um período nobre de produção artesanal da sardinha de Matosinhos, é também marcado pelo frenesim, entusiasmo e alegria entre os colaboradores da conserveira centenária, cuja história representa valores únicos e tradições vivas.
Agricultura e Mar