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Pêssego da Cova da Beira com atrasos e quebras muito significativas na produção

A produção de pêssego na Cova da Beira está a registar quebras significativas que podem variar entre os 30% a 60%, dependendo das variedades, disseram à Lusa os representantes das duas principais organizações de produtores na região.

Segundo explicaram, a situação está relacionada com as más condições climatéricas que se registaram no período da floração, designadamente com a chuva, que impediu o normal desenvolvimento do fruto.

“Este ano é verdadeiramente atípico, temos as variedades mais precoces com perdas a rondar os 60 a 70% e as mais tardias com uma quebra na ordem do 30 a 40%, o que naturalmente é uma situação muito complicada para todos os produtores”, disse à Lusa Isabel Vaz, da Sociedade Agrícola Quinta dos Lamaçais, organização que congrega 23 produtores, segundo avança o site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.

No último ano, a Quinta dos Lamaçais trabalhou com cerca de mil toneladas de pêssego e nectarina, mas para este ano Isabel Vaz nem sequer adianta estimativas e lembra ainda que, além das quebras, na produção que não foi afectada, está a registar-se um atraso de cerca de duas semanas.

Dados que são confirmados pelo responsável comercial da Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira, entidade que representa cerca de 30 produtores e que no ano passado também recebeu cerca de mil toneladas de pêssego e nectarina.

Expectativas bastante mais modestas

Para este ano, as expectativas são bastante mais modestas: “Olhando para aquilo que são os pomares dos nossos associados, podemos dizer que a quebra rondará os 60% a 70%, isto sem querer ser pessimista”, afirmou Pedro Catalão.

Este responsável também mantém a esperança que nas variedades mais tardias se consiga alguma recuperação, mas assume que é “impensável” conseguir chegar à média diária registada em 2015, ou seja, cerca de 20 a 30 paletes de 500 quilos.

“Se conseguirmos chegar às 12, 13 ou 14 já será muito bom”, acrescentou, explicando que o quilo do pêssego ao consumidor final e de acordo com a qualidade e diferentes calibres está a ser vendido entre os 0,80 cêntimos e o 1,30 euros, o que representa um aumento de cerca de 20 a 30 cêntimos e que “está longe de fazer face aos prejuízos registados”.

De acordo com os dados do INE, compilados no “+ pêssego – Guia Prático de Produção”, a Beira Interior é a principal zona produtora de pêssego em Portugal, representando cerca de 49,2% da produção nacional, estando essencialmente concentrada nos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte, no distrito de Castelo Branco.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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