Os novos dados divulgados hoje, 7 de Junho, mostram que, em 2020, as pescarias Marine Stewardship Council (MSC) realizaram 100 melhorias no âmbito da sua certificação de sustentabilidade conforme o padrão do Marine Stewardship Council – das quais mais de metade estavam relacionadas com espécies em perigo, ameaçadas e/ou protegidas.
Entre as melhorias efectuadas, destaca-se uma pescaria de atum na Austrália que implementou a monitorização electrónica em todas as embarcações para avaliar o risco da sua actividade para tartarugas e tubarões-anequim e uma pescaria canadiana de arinca que implementou novas medidas para ajudar a recuperar a raia-repregada, classificada como vulnerável.
No país vizinho, a melhoria continua “é uma constante” nas pescarias espanholas certificadas. A associação AGARBA que pesca bacalhau no Mar de Barents desenvolveu a sua própria cartografia, em colaboração com o centro de investigação AZTI, para evitar, de forma precisa, pescar em zonas onde haja possibilidades de interagir com Ecossistemas Marinhos Vulneráveis.
A frota cantábrica do biqueirão melhorou a cobertura de observadores de pescas a bordo e instalou novos sistemas de monitorização electrónicos para uma recolha de dados científicos mais efectiva. A população do biqueirão na Costa da Cantábria está hoje em bom estado, depois de recuperar de uma situação de colapso na primeira década deste século.
Atum-voador
A pescaria de atum-voador também aumentou a percentagem de observadores e procedeu à instalação de câmaras a bordo para melhorar a recolha de dados científicos e cumprir com os requisitos de monitorização da organização regional de gestão de pesca – ICCAT. Esta pescaria do norte de Espanha também contribuiu para que junto da ICCAT fossem desenvolvidas regras de controlo de exploração (HCR) especificas para a espécie alvo, determinando assim a quota de pesca com base na ciência e em função dos níveis de abundância.
Já a pescaria do polvo nas Astúrias, entre muitas melhorias implementadas, desenvolveu sistemas inovadores à escala mundial para a avaliação de populações de vida curta, introduzindo novos pontos de referência e aplicando uma estratégia de capturas que que salvaguarda o recurso e a sua exploração para o futuro.
Para Rohan Currey, director de ciência e normas do Marine Stewardship Council, “as práticas de pesca insustentáveis constituem uma séria ameaça à biodiversidade e à produtividade dos nossos oceanos. No entanto, sabemos que, com uma gestão adequada, os stocks e os ecossistemas ameaçados podem recuperar. Mais de 400 pescarias certificadas MSC em todo o mundo estão já a liderar o caminho nas melhores práticas. Trabalhando, muitas vezes, em estreita colaboração com agências locais e organismos científicos, também contribuem para incentivar a investigação e a inovação, enriquecendo assim o conjunto de conhecimentos em matéria de ciência das pescas”.
Dia Mundial dos Oceanos
Amanhã, 8 de Junho, celebra-se o Dia Mundial dos Oceanos 2021, data assinalada pela ONU este ano com o lema “Oceano: Vida e Subsistência”. Um ano que marca o início de vários desafios para alcançar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 14: “Proteger a Vida Marinha” até 2030. Este dia recorda-nos da importância dos mares e oceanos, assim como da dependência do ser humano nestes ecossistemas: fonte de oxigénio, regulador do clima e fonte essencial de alimento, emprego e saúde.
Este ano, a iniciativa do MSC Um Pequeno Gesto, Imenso como o Mar conta com a participação de 8 empresas nacionais de retalho e transformação de pescado: Aldi Portugal, Brasmar, Conservas Ramirez, Continente, Gelpeixe, Iglo Portugal, Riberalves e Rui Costa e Sousa & Irmão.
Agricultura e Mar Actual