AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
“Quanto ao observatório dos mercados agrícolas, que o Governo anunciou como se coisa nova de tratasse, quando o GPP [Gabinete de Planeamento Políticas e Administração Geral, do Ministério da Agricultura] já fazia a função há muito, pergunto, que dados é que esse observatório nos dá?”. A pergunta é do deputado do Partido Comunista Português (PCP) João Dias e foi feita na Assembleia da República, durante o debate de urgência que o partido requereu.
Para João Dias, “o que a Sr.ª Ministra fez foi pegar nos dados do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas – SIMA, vestiu-lhes uma camisa nova e chamou-lhe Observatório. Além dos preços pagos aos produtores, para quando os preços pagos pelos consumidores, mais transparência, menos propaganda e mais acção?”.
PCP quer fixar preços
“O Governo veio ontem anunciar, pela voz da ministra da Agricultura, um selo, uma medalha de bom comportamento para afixar nos produtos alimentares que tenham um preço justo. Este debate é sobre isso. Uma vez que o Governo já reconhece que é possível estabelecer um preço justo, que remunere os produtores e combata a especulação, o Governo só tem um caminho. É fixar esses preços. Não o fazer é ser directamente responsável pelas dificuldades de milhões de portugueses”, disse ainda João Dias.
Antes, aquele deputado comunista, no debate de urgência requerido pelo PCP sobre a “Especulação de preços de bens essenciais e as medidas para a travar”, tinha dito que “a cada dia que passa, o custo de vida aumenta, tudo está mais caro e não há salário, reforma e pensão que resistam a esta dura realidade que não encontra resposta na acção e nas opções do Governo do PS [Partido Socialista]. Não podem ser sempre os mesmos a pagar! Sobe o pão, o gás e os combustíveis, sobe o leite, os vegetais, a carne, o peixe, a massa, o óleo, a fruta, a renda e a prestação da casa, a luz, sobe tudo, menos o salário, a pensão e a reforma”.
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