Paulo Raimundo: “agricultores não lançaram sementes à terra pelos elevadíssimos custos de produção”

“Os agricultores não lançaram as sementes à terra pelos elevadíssimos custos de produção, designadamente dos combustíveis, dos adubos, dos pesticidas, pela incapacidade do Governo de definir apoios claros à produção, e de garantir preços justos à produção, por falta de planeamento que leva a que as melhores terras sejam ocupadas, não pelo que faz falta à alimentação do povo português, mas por culturas superintensivas, que ainda por cima exigem quantidades imensas de águas”.

As declarações são do secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, e foram proferidas em Alter do Chão, durante um almoço/convívio.

O líder comunista adiantou ainda que “na verdade, as opções deste Governo, de favorecer o grande agronegócio, como ainda agora se viu no processo de candidaturas aos apoios da PAC [Política Agrícola Comum], o que levam é ao desprezo pela produção nacional. Os mesmos que concretizam ou apoiam o encerramento de serviços, despedimento de trabalhadores, são os mesmos atolados em negociatas e corrupção”.

Para Paulo Raimundo, “assim se vai desmantelando o Estado e a sua capacidade de resposta às necessidades e anseios do povo, peça por peça. Perde o Estado, perde o povo, perdem os utentes dos serviços, perdem os trabalhadores dos serviços. Aqui em Portalegre as populações sentem bem os efeitos deste caminho”.

“É a electrificação total da Linha do Leste que nunca mais vem, a falta de modernização do material circulante e o aumento do número de comboios diários, um traçado que aproxime a estação junto à cidade de Portalegre. Planos muitos, anúncios aos montes, concretização é que nem vê-la”, concretizou o secretário-geral do PCP.

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