AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
A deputada única do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, considera que “não existem dados que confirmem as afirmações e fundamentos que são frequentemente utilizados para justificar o seu extermínio [dos javalis], nomeadamente a sua classificação como ‘praga'”. “Não podemos afirmar que se trata de um “boom” populacional sem que seja efectuada uma monitorização das populações de javali e sua distribuição”. Ou seja, a solução do PAN não passa pela caça ao javali.
Por isso, Inês de Sousa Real, recomenda ao Governo que “proceda à atribuição de apoios aos agricultores para a instalação de vedações e outros métodos de protecção dos campos de cultivo nas zonas mais afectadas” e que “implemente métodos de controlo de natalidade (do tipo implante cutâneo ou clips contraceptivos aplicados por sedação) às populações de javali em zonas mais afectadas”.
Por outro lado, a deputada única do PAN aconselha o Governo a aumentar “a área de protecção integral das reservas e parques naturais” e a aumentar “o efectivo e meios disponíveis dos agentes do SEPNA [Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana] para fiscalização da caça e da criação em cativeiro que, apesar de proibida, continua a efectuar-se em várias zonas do País”.
E recomenda ainda ao Governo que “proceda à atribuição de verbas para apoiar a investigação científica efectuada sobre a espécie em Portugal”.
No seu Projecto de Resolução n.º 328/XV/1.ª, Inês de Sousa Real explica que “a problemática do javali tem clara origem antrópica. Entre as causas mais evidentes para o aumento de efectivos desta espécie estão, a desflorestação, a plantação de extensas áreas de monocultura, a fragmentação dos seus habitats naturais, o extermínio dos seus predadores naturais, as cada vez mais frequentes ondas de calor e a sua criação em cativeiro para fins cinegéticos”.
Agricultura e Mar
