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PAN avança com proposta de referendo para a abolição das touradas

A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, avançou, este sábado, que deu entrada, na Assembleia da República, a proposta de referendo para a abolição das touradas. O anúncio foi feito no discurso de encerramento da rentrée política do PAN, que teve lugar hoje, no Jardim do Morro, em Vila Nova de Gaia.

No evento – denominado “Hora da Abolição” –, a líder do partido destacou também o compromisso do PAN em “lutar por um futuro mais ético e progressista” para Portugal, com foco na defesa do bem-estar animal, no ambiente e nas questões sociais, avança um comunicado de imprensa do partido.

“É chegado o momento de darmos um passo decisivo para acabar com as touradas e, por isso, o PAN deu entrada de uma proposta para pôr fim a esta prática cruel que não espelha os valores da nossa sociedade. Precisamos de valorizar mais a vida e a dignidade animal do que o entretenimento baseado na violência. Está na hora de ajustar a nossa legislação à realidade e ao século XXI e acertar os ponteiros com a sensibilidade social, que exige respeito pela vida e dignidade dos animais. O referendo às touradas é uma oportunidade para mostrarmos que estamos do lado certo da História, do lado do progresso”, afirmou Inês de Sousa Real.

Durante o seu discurso, a líder do PAN criticou a falta de compromisso do Governo em resolver os problemas dos portugueses. “O actual Executivo não tem dado resposta às questões que afectam diariamente os cidadãos. No âmbito da Educação, o início do ano lectivo foi, mais uma vez, extremamente atribulado, milhares de alunos estão sem professores e em vez de medidas que apoiem os estudantes do Ensino Superior, está a ser ponderado o aumento das propinas”, disse.

Por outro lado, em termos de Saúde, “durante os últimos meses assistimos a bebés a nascerem em ambulâncias e continuamos a ter grávidas sem o apoio adequado – e a solução, ao contrário do que pensa o Governo, não passa pela privatização da Saúde. Todos os Verões assistimos a incêndios florestais e nada é feito para valorizar a carreira dos bombeiros, que protegem as pessoas todos os dias do ano”, referiu Inês de Sousa Real.

“Posições conservadoras do Governo”

A líder do partido destacou ainda as “posições conservadoras do Governo” em matérias sociais, ambientais e de bem-estar animal, que representam retrocessos para a sociedade. “As forças conservadoras ligadas ao actual Executivo continuam a deixar a regulamentação da lei da morte medicamente assistida na gaveta e a não garantir os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, em particular no acesso à interrupção voluntária da gravidez”.

Já em termos ambientais, Inês de Sousa Real considera ser “preciso perceber que o clima mudou e as políticas nesta área também têm de mudar. Por isso, o PAN defende uma aposta séria na protecção ambiental e na preservação da biodiversidade e medidas como a aplicação do financiamento atribuído ao sector dos combustíveis fósseis em passes sociais gratuitos. Já a causa animal é totalmente desprezada por este Governo, que não anunciou nem executou qualquer medida neste âmbito na reunião sobre o Orçamento do Estado para 2025 – apesar de já existirem 13,2 milhões de euros aprovados para o efeito”.

“Os portugueses estão cansados de assistir apenas à identificação de problemas. Precisamos urgentemente soluções concretas e uma união forte em torno das causas animal, social e ambiental. O PAN compromete-se a ser a força de progresso que o País precisa para garantir o bem-estar animal, a justiça social e um futuro ambientalmente sustentável”, concluiu Inês de Sousa Real.

Discursos de personalidades internacionais

A rentrée política do PAN contou também com intervenções de personalidades internacionais ligadas ao bem-estar animal, adianta o mesmo comunicado.

Esmeralda Hernández, a senadora colombiana que protagonizou o fim das touradas no seu país, foi uma das grandes inspirações desta rentrée. “Um referendo é uma iniciativa muito importante, porque reflecte a vontade democrática dos cidadãos e da sociedade. Sabendo que existe uma maioria da população portuguesa que se opõe a esta prática, é uma grande oportunidade. Espero que Portugal possa dar esse passo em frente”.

Também a vice-presidente do principal partido animalista de Espanha (PACMA) esteve presente: “as touradas são uma prática medieval que não têm lugar nem no século XXI nem na Europa. É uma vergonha que ainda existam touradas em países como Portugal, Espanha ou França. Não é admissível torturar e matar um animal apenas para o divertimento de uma pequena parte da população, com base na tradição ou na cultura”, considerou Cristina Garcia.

O evento contou ainda com intervenções de Rubén Pérez Sueiras, coordenador da campanha Infância sem Violência, da Fundação Franz Weber; Miguel Moutinho, fundador do santuário de touros Namigni, também na Colômbia; e Manuel Eduardo dos Santos, da Plataforma Basta de Touradas.

A “Hora da Abolição” foi antecedida por um evento da Juventude PAN, com um debate sobre os desafios dos jovens em Portugal e que teve a participação, entre outros oradores, de Mónica Freitas, deputada Regional do PAN Madeira.

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