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Nove empresas na quinta missão da AEP ao Irão

Uma missão empresarial portuguesa, representativa da oferta nacional nas áreas agro-alimentar, têxtil, plásticos técnicos, mobiliário, moldes e tecnologia audiovisual, parte esta sexta-feira, 19 de Fevereiro, para Teerão, naquela que é a segunda acção do género organizada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) após o acordo, celebrado em Julho do ano passado, entre o Irão e as grandes potências mundiais que viabilizou o levantamento do embargo internacional ao país.

Na comitiva seguem empresários e gestores de nove empresas, que até à próxima quarta-feira terão reuniões de negócios com congéneres locais, interessadas em conhecer os produtos e serviços portugueses, e manterão contactos com agentes de mercado iranianos, para se familiarizarem com a realidade sócio-económica do país e as oportunidades ao seu alcance num quadro “em que só os melhores e mais capazes poderão triunfar”, adianta o presidente da AEP.

Paulo Nunes de Almeida esteve em Teerão em Novembro último, encabeçando aquela que foi a quarta missão que a associação promoveu desde 2009, quando se estreou neste tipo de acções num mercado “jovem e com enorme potencial de consumo”. Só no Irão, faz notar, existem cerca de 80 milhões de consumidores. Mas, acrescenta, “a estes há que somar os mercados dos países vizinhos, que se abastecem preferencialmente no Irão, pelo que estamos a falar de um universo de consumidores muito mais vasto, que pode facilmente triplicar, a meu ver, sem sanções nem constrangimentos de natureza política ao livre comércio internacional”.

Nesta quinta missão da AEP à República Islâmica do Irão participam as empresas Azcôa (azeite e óleos alimentares), B. Sousa Dias & Filhos (têxteis-lar), Duofil e Heliroma (plásticos técnicos), Mibilbanho (mobiliário de casa de banho), Pearl Cork (mobiliário predominantemente de cortiça), Plasglass (moldes), The Audiovisual Company (audiovisuais e comunicações) e Azinor (trading). Todas elas fazem aqui a sua primeira abordagem comercial ao mercado iraniano.

Esta missão multi-sectorial integra o programa de internacionalização da AEP para o corrente ano e foi organizada em parceria com o Portugal-Irão Business Council, plataforma de negócios entre empresas de ambos os países que tem dado um contributo relevante, desde a sua criação, em Junho de 2009, para a dinamização das relações comerciais bilaterais.

Reconhecendo o seu alcance económico e social, a embaixada da República Islâmica do Irão no nosso País deu também o seu apoio institucional à realização da missão, que terá seguimento já em Abril, quando a AEP voltar a Teerão para assegurar o pavilhão de Portugal na segunda edição da feira de construção Project Iran, a realizar entre 24 e 27 desse mês, na capital iraniana.

Só no ano passado, a AEP concretizou 38 acções de promoção das empresas, produtos e marcas portugueses tendo em vista o incremento das exportações e o apoio às PME em processo de internacionalização.

Foram realizadas 13 missões multi-sectoriais, privilegiando mercados da América Latina, do Médio Oriente e de África. Há ainda a registar a participação em 20 feiras de negócios no estrangeiro (construção, agro-alimentar, casa e decoração e saúde continuaram a ser os sectores mais procurados) e a organização de quatro missões inversas e uma “market week”, formato que combina uma mostra com momentos de degustação de produtos gourmet portugueses, reuniões B2B e contactos com líderes de opinião. No final, o trabalho desenvolvido aproveitou a 263 empresas, maioritariamente pequenas e médias, responsáveis por 316 participações nos eventos realizados.

O programa “Business on the way” 2016 compreende acções em 27 mercados, sendo co-financiado pelo Compete 2020 no âmbito do Portugal 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, Eixo II – Projectos Conjuntos – Internacionalização.

Relações comerciais luso-iranianas com potencial para crescer
As relações comerciais entre Portugal e o Irão são ainda pouco significativas. Segundo a Aicep, em 2014 Portugal era o 31.º cliente do Irão, com uma quota de 0,06%, e o 59.º fornecedor, com apenas 0,02%. Fruto do embargo internacional, as exportações portuguesas de bens para aquele país do Golfo Pérsico diminuíram de 2010 para 2014, passando de 37,4 milhões para 7 milhões de euros. A taxa média de crescimento anual, ao longo do período 2010/2014, foi negativa em 29,4%.

No entanto, os dados das exportações apontam para uma evolução positiva no último ano. Até Novembro, as vendas portuguesas no mercado iraniano atingiram os 18,8 milhões de euros, mais do que duplicando o valor total de 2014.
Também as importações diminuíram, de 108,8 milhões, em 2010, para 4,3 milhões de euros, em 2011. Mas, em 2014, recuperam e atingiram os 30,6 milhões de euros.

Em 2014, Portugal exportou para o Irão, sobretudo, máquinas e aparelhos (26,8% do total), pastas celulósicas e papel (15,8%), madeira e cortiça (15,6%), metais comuns (12,7%) e produtos químicos (10,4%). Estes grupos de produtos representaram cerca de 81% do total das exportações.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de empresas portuguesas a vender no país foi de 89, em 2014, havendo a assinalar uma redução face a 2010 (113) e a 2011 (125).

No que se refere a importações, os metais comuns ocuparam, em 2014, a primeira posição, com um peso no valor global de 94,5%, seguindo-se os produtos químicos (4,3%). Estes dois grupos de produtos representaram, em conjunto, aproximadamente 99% do montante global das nossas compras ao Irão.

A aposta iraniana representa para as empresas portuguesas a oportunidade de fazer negócio na segunda maior economia da região do Médio Oriente e do Norte de África, a seguir à Arábia Saudita. Trata-se de uma nação com mais de 78 milhões de habitantes, o segundo país com mais habitantes desta vasta região, atrás do Egipto.

Em termos económicos, o produto interno bruto (PIB) registou taxas negativas em 2012 e 2013, mas este indicador começou a recuperar em 2014, quando voltou a crescer 4,3%. Esta evolução que ter-se-á mantido em 2015, embora a um ritmo menor (1,4%). Com o levantamento das sanções, a expectativa é que a produção petrolífera aumente consideravelmente neste ano, fazendo com que o PIB evolua para 6,1%.

Do programa económico do Governo faz parte a aposta no desenvolvimento de uma economia robusta, o investimento em ciência e tecnologia e a promoção de uma cultura de excelência. Porém, a economia iraniana caracteriza-se por ser muito dependente da indústria dos hidrocarbonetos, tendo o petróleo um peso considerável nas receitas do Estado.

O Irão era o sexto produtor mundial de petróleo em 2013 e o quarto no início de 2014. O gás natural também é um recurso importante, sendo o país um dos maiores produtores mundiais, proprietários das segundas maiores reservas do mundo.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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