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Navigator regista vendas de 2.465 milhões de euros em 2022

A The Navigator Company registou em 2022 um volume de negócios de 2.465 milhões de euros, ultrapassando pela primeira vez a história barreira dos dois mil milhões de euros, tendo as vendas de papel representado cerca de 74% do volume de negócios (vs. 72%), as vendas de pasta 8% (vs. 11%), as vendas de tissue 8% (vs. 9%) e as vendas de energia 10% (vs. 8%).

A dinâmica dos preços internacionais de pasta, papel embalagem e tissue, potenciada pela melhoria do mix de produto e o foco no aumento de produtividade, a par da evolução dos preços de venda de energia renovável, impulsionaram os bons resultados registados no ano, refere uma nota de imprensa da companhia.

As vendas alcançadas pela Navigator permitiram reforçar em 31 milhões de euros os custos com pessoal, o que possibilitou elevar a distribuição de prémios de desempenho, distribuir um novo prémio de produtividade aos colaboradores e reforçar o programa de rejuvenescimento.

Também em 2022, a empresa aumentou em mais de 40%, para 112,5 milhões de euros, o valor do investimento, dos quais perto de 39,1 milhões referentes a investimentos classificados como ambientais, o que representa 35% do investimento total.

Apoio do PRR

Nos próximos anos, a Navigator, impulsionará o nível de investimento, nomeadamente no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com destaque para a Agenda From Fossil to Forest – “Sustainable packaging and products to replace fossil plastic”, que inclui entre outros: projectos para o desenvolvimento de pasta química de alto rendimento e papéis castanhos; projectos de desenvolvimento de celulose moldada para embalagens rígidas; e projectos de desenvolvimento de papéis com maior resistência mecânica, e papéis com propriedades barreira.

A Navigator participa noutras agendas como parceiro, nomeadamente, no desenvolvimento de novos materiais genéticos para uma floresta mais produtiva e resiliente, na circularidade de resíduos industriais, na robotização de operações de intra-logística, na transformação digital das cadeias de valor florestais e na transformação digital e ecológica de redes logísticas e de transportes, no âmbito da Agenda Mobilizadora da Fileira das Tecnologias de Produção para a Reindustrialização e da Agenda para a transformação digital das cadeias de valor florestais numa economia portuguesa mais resiliente e hipocarbónica.

2022: ano marcado por aumento generalizado dos custos

Acrescenta a mesma nota que em 2022 verificou-se um aumento muito significativo dos custos de produção, penalizados essencialmente pelo aumento de custo da madeira por via do aumento expressivo de preço à porta da fábrica na madeira nacional, pela taxa de câmbio e por via do mix de abastecimento, e também pelo aumento do custo das fibras, da energia e dos químicos.

Verificou-se também um forte agravamento dos custos de logística e uma grande escassez de meios de transporte de mercadorias, face ao ano anterior. Na segunda metade do ano, a disponibilidade de meios logísticos melhorou, embora os custos se tenham mantido num nível muito elevado, tendo começado a reduzir ligeiramente no final do ano de 2022.

A redução de preços começou da Ásia para a Europa e só mais tarde, e com menos expressão, da Europa para os restantes mercados. Manteve-se a situação de falta de alternativas para o transporte de mercadorias entre Portugal e Estados Unidos que continuou a afectar o nível de preços.

Os custos fixos totais acabaram por situar-se 17% acima dos custos fixos de 2021, valor essencialmente explicado pela rúbrica de custos com pessoal, pela razão referida (reforço da atribuição de prémios aos colaboradores), mas também pela rúbrica de custos de manutenção, impactada pelo aumento generalizado dos custos dos materiais e serviços num contexto de pressões inflacionistas, e pelo aumento de custos de funcionamento, nomeadamente o aumento de custos com projectos tendentes ao apoio e diversificação da actividade do grupo, o aumento dos custos de outsourcing em resultado sobretudo dos aumentos salariais e o inerente ao aumento de actividade pós-pandemia.

Neste enquadramento, a conjuntura internacional favorável de balanço entre oferta e procura que potenciou a evolução de preços e os esforços de aumento de produtividade e eficiência compensaram o forte aumento do custo dos factores de produção.

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