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Mosca da maçã ainda não está na UE. Saiba o que está a DGAV a fazer para impedir que esta praga chegue a Portugal

A Rhagoletis pomonella, em Portugal vulgarmente designado por mosca da maçã, é endémica do Leste da América do Norte e do México. Actualmente, encontra-se presente em quase toda a América do Norte, desde as províncias mais meridionais do Canadá até ao México. A espécie mudou do seu hospedeiro nativo (Crataegus spp.) para a maçã em meados de 1800.

De realçar que a R. pomonella é uma importante praga quarentenária das maçãs na América do Norte, que restringe a exportação de maçãs para muitos mercados e exige a adopção de várias medidas de controlo para evitar a sua propagação em pomares comerciais no Oeste dos Estados Unidos.

Até ao momento a sua presença ainda não foi detectada na União Europeia. E a DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária não quer mesmo que a praga entre em Portugal. por isso, desde 2019, e na prossecução das disposições legais da União Europeia, a DGAV, na qualidade de Autoridade Fitossanitária Nacional, estabeleceu um programa de prospecção de mosca da maçã a ser executado em todo o País pelas Direcções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) do continente e Direcções Regionais das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

“Os pontos de entrada (por exemplo, portos e aeroportos) de mercadorias de maçã, as estações de embalagem e selecção de fruta e as indústrias de transformação que processam maçãs originárias de áreas onde R. pomonella está presente seriam locais com maior probabilidade de se encontrar a praga. Todos estes locais e as suas proximidades, podem assim ser considerados áreas de risco”, refere a DGAV no seu Plano de Contingência da praga de quarentena prioritária Rhagoletis pomonella (Walsh).

Prospecção de insectos adultos

Segundo aquela Direcção, a prospecção de adultos e o estudo da sua dispersão deve ser efectuada desde o fim de Junho até Setembro (mudança de cor dos frutos). Para o efeito podem ser utilizados copos mosqueiros com carbonato de amónio, acrescenta o mesmo Plano.

No início de cada ano, no âmbito da Reunião Anual de Avaliação dos diversos programas de prospecção e planos de acção/contingência, é definido o número de locais a prospectar pelas DRAP/DRA/DRADR em cada região do País.

As observações são realizadas por técnicos das diversas entidades envolvidas na sua execução, que previamente receberam formação específica ministrada pela DGAV, com o apoio do INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, são registadas numa ficha de prospecção e posteriormente enviadas para a DGAV.

Copo mosqueiro pendurado num ramo de Malus domestica (Fonte: Humberto Lopes, DRAPALG)

Realça ainda a DGAV que, uma vez que a disponibilidade de hospedeiros não é um factor limitante para a propagação da praga, prevê-se que R. pomonella seja capaz de se estabelecer na maioria ou em todas as áreas da União Europeia onde crescem espécies de Malus e de Crataegus spp.

Os principais factores de risco para a introdução e a disseminação da praga são a dispersão natural, através do voo das moscas, e a actividade humana.

Explica ainda o Plano de Contingência da praga de quarentena prioritária Rhagoletis pomonella que a distância máxima que se espera ser alcançada por dispersão natural num ano por R. pomonella é de aproximadamente 230 m (com um intervalo de confiança de 95%, variando de 24 m a 2,3 km). Relativamente à dispersão devida à acção do homem, a praga poderá ser introduzida em novas áreas, muito provavelmente através do transporte de fruta infestada.

Por conseguinte e apesar de a importação de maçãs estar sujeita a requisitos especiais, o risco de introdução de R. pomonella através da importação de fruta infestada não pode ser excluída, frisa a DGAV.

Pode ler o Plano de Contingência da praga de quarentena prioritária Rhagoletis pomonella (Walsh) completo aqui.

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