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Foto: Universidade do Algarve

Morreu Mário Ruivo, o pioneiro da Governação Internacional dos Oceanos

O professor e oceanógrafo Mário Ruivo morreu esta quarta-feira, 25 de Janeiro, aos 89 anos. Mário Ruivo recebeu, a 14 de Dezembro de 2016, o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve, que decretou três dias de luto académico.

Mário Ruivo nasceu em 1927, em Campo Maior. É reconhecido como um dos pais do novo regime do Oceano e da integração deste nos objectivos do desenvolvimento sustentável. Dedicou-se à investigação, ensino, promoção da cooperação em assuntos do mar e sensibilização de governos e opinião pública a uma governação responsável do Oceano.

Biólogo de formação pela Universidade de Lisboa (1950), especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão dos Recursos Vivos Marinhos na Universidade de Paris – Sorbonne, Laboratoire Arago (1951-54). É também Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores.

Desempenhou cargos dirigentes no sistema das Nações Unidas, nomeadamente na FAO (1961-74) e COI/UNESCO (Secretário, 1980-89). Foi Conselheiro Científico da EXPO’98 e Membro/Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos.

Participou no processo respeitante ao estabelecimento, em Lisboa, da European Maritime Safety Agency (EMSA, 2002) e foi promotor e Presidente (2002-08) do European Centre for Information on Marine Science and Technology (EurOcean). É representante da FCT no European Marine Board.

Foi agraciado com ordens honoríficas nacionais e estrangeiras e outras distinções e prémios. Autor de várias publicações sobre Oceanografia, Governação e Cooperação em Assuntos do Oceano, era também presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Ministério do Mar diz que morreu um pioneiro

“Morreu Mário Ruivo, personalidade reconhecida, democrata, opositor do regime fascista e grande defensor do Oceano como elo primordial de ligação entre os povos, e recurso fundamental para o futuro da Humanidade”, assim se inicia a nota de pesar do Ministério do mar, liderado por Ana Paula Vitorino.

Segundo a nota do Ministério, trata-se de uma “personalidade notável, profundamente empenhado na cidadania activa, na valorização do conhecimento e do desenvolvimento sustentável”, com particular interesse nas questões do “nosso grande recurso comum” o Oceano.

Por formação e por convicção foi um defensor da Ciência e da investigação como suporte para boas políticas públicas, incluindo a da Governação Sustentável do Oceano. Como ele dizia, “interesso-me pelo Oceano, porque me interesso pelas pessoas”. “Foi com essa visão que nos anos 50 participou, no âmbito das Nações Unidas, nas negociações que dariam origem à Convenção da Lei do Mar, hoje em vigor e aceite pela maioria dos Países.
Posteriormente, iniciou a sua carreira internacional, tendo assumido cargos dirigentes em Organizações do sistema das Nações Unidas, como a FAO e a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO”, realça a nora do Ministério liderado por Ana Paula Vitorino.

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