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Monliz quer contratar 5.000 hectares de hortícolas em Portugal e vai à AgroGlobal

A Monliz, a mais recente unidade industrial do grupo belga Ardo, líder mundial em produtos hortícolas ultracongelados, é uma das empresas que vai estar à procura de negócio na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas, que se realiza de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo.

Cinco anos depois de ter realizado um investimento de 18 milhões de euros na sua fábrica em Alpiarça, a Monliz, com uma produção média anual de 860.000 toneladas, está perto de atingir a máxima capacidade produtiva. O próximo passo é aumentar a capacidade de stock de produto congelado.

Pimento e batata-doce, as grandes apostas

Instalada de raiz em Alpiarça em 2005, a fábrica da Monliz duplicou o seu potencial produtivo, mas quer continuar a crescer em Portugal. O pimento e a batata-doce são as grandes apostas desta agro-indústria.

“A nossa maior limitação é o armazenamento, porque trabalhamos com produtos de plena estação. O próximo passo será reforçar a capacidade de stock de produto congelado, para posteriormente podermos contratar e laborar maior volume de matéria-prima”, revela Mauro Cardoso, director-geral da Monliz na newsletter da AgroGlobal.

A decisão de um novo investimento depende, no entanto, da vontade da administração do grupo Ardo, que a unidade de Alpiarça está determinada em mobilizar, considerando haver boas perspectivas de crescimento em Portugal.

“Há condições para produzir mais área de culturas horto-industriais em Portugal e a Monliz facilmente pode crescer para os 5.000 hectares contratados, ou seja, 75.000 toneladas de matéria-prima”, acredita o gestor.

60.000 toneladas de hortícolas por ano

Actualmente, a Monliz contrata em média 60.000 toneladas de hortícolas por ano no Ribatejo (+ de 70%) e no Alentejo, o que equivale a uma área de cerca de 4.000 hectares de produção.

É no pimento que Mauro Cardoso antevê maior potencial de crescimento, estimando que a área contratada pela Monliz possa aumentar dos actuais 500 hectares para 750 hectares.

Para que tal aconteça é necessário realizar investimentos no campo, sobretudo na mecanização da colheita, pois a falta de mão-de-obra é um dos principais entraves à expansão desta cultura.

“A colheita mecânica representa uma mudança radical na forma de trabalhar o pimento, mas é o futuro. Dos 500 hectares que contratámos com os agricultores este ano 150 hectares serão colhidos com máquinas”, adianta aquele responsável.

Colheita mecânica eficiente

O equipamento requer ainda algumas melhorias, mas o maior desafio para viabilizar uma colheita mecânica eficiente com pimento de qualidade reside na genética: “precisamos de variedades com maturação mais homogénea e que permitam escalonar a colheita”, reconhece Mauro Cardoso.

O pimento (500 ha) e os brócolos (2.000 ha) são os produtos estrela da companhia, a que se juntam fava e ervilha (1.300 hectares), courgette, tomate, abóbora-menina e, mais recentemente, a batata-doce fresca.

O grupo Ardo contrata na Europa cerca de 15.000 toneladas de batata-doce, das quais 3.500 toneladas em Portugal (150 hectares), embora o produto não seja congelado na unidade de Alpiarça. O objectivo do grupo é contratar batata-doce fresca durante todo o ano e Portugal tem as condições ideais de clima e solos para responder a este desafio.

Batata-doce no mercado nacional

“Esperamos vir a comprar 4.500 toneladas de batata-doce no mercado nacional, a curto prazo. Há capacidade instalada nas nossas fábricas para absorver mais volume e o consumo cresce a nível internacional”, revela Mauro Cardoso. Mais uma vez o ritmo de evolução da área contratada dependerá parcialmente do investimento que for realizado em máquinas para colheita mecânica da batata-doce.

Em Portugal, a Monliz também comercializa hortícolas ultracongelados, área de negócio onde tem registado um crescimento interessante nos últimos anos. Graças a um portefólio de produção própria, com 80 vegetais diferentes, 30 ervas aromáticas e um leque alargado de fruta, as suas vendas subiram 10% em 2017.

“O consumo de hortícolas ultracongelados está a aumentar em Portugal, acima do crescimento da economia. Estimamos que o consumo se mantenha em evolução ascendente nos próximos 2 a 3 anos”, remata Mauro Cardoso.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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