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Maria do Rosário Félix: Xylella fastidiosa “é uma ameaça real” em Portugal

A bactéria Xylella fastidiosa é uma ameaça real para os olivais portugueses, “mas não só para o lival, ela pode também causar doenças graves noutras importantes culturas mediterrânicas, tais como a vinha, os citrinos e as amendoeiras”. Quem o diz é a professora Maria do Rosário Félix, responsável pelo laboratório de micologia do ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da Universidade de Évora.

Aquela professora e a sua equipa de investigadores têm actualmente como um dos temas centrais de investigação a ajuda no combate à Xylella fastidiosa, através do desenvolvimento de um vector que pode ser introduzido em plantas de oliveira e torná-las tolerantes à doença do declínio súbito da oliveira, doença esta que tem dizimado milhares de hectares de olival, nomeadamente no Sul de Itália.

A transmissão

Em declarações ao boletim de Janeiro do ICAAM, Maria do Rosário Félix explica que “esta bactéria é transmitida de planta para planta por insectos vectores que estão regularmente presentes nos nossos ecossistemas. No entanto, tanto quanto se sabe, as amostragens de insectos testados pelos organismos oficiais de Portugal encontravam-se isentos de bactéria”.

Para além dos insectos vectores, existem também “muitas espécies vegetais que fazem parte da flora mediterrânica que são hospedeiras desta bactéria, podendo assim servir de repositório. A acrescer a estes factores de risco, também a livre circulação de material vegetal entre os países, nomeadamente da União Europeia, muitas vezes sem passaporte fitossanitário representa um risco acrescido para a possibilidade de introdução da doença no nosso País”, adianta aquela investigadora.

A curto prazo doença chega a Portugal

Maria do Rosário Félix afirma que avançou com esta investigação porque “há a consciência de que a curto prazo a doença vai chegar a Portugal, seja no olival ou em outra cultura qualquer e existe a necessidade de convivermos com a presença desta bactéria”.

“O nosso grupo já há algum tempo está envolvido no desenvolvimento de vectores auto-replicantes que, após serem introduzidos em plantas de interesse agronómico, lhes irão conferir tolerância a importantes doenças não tratáveis como as causadas por vírus”, acrescenta aquela professora.

 

 
       
   
 

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