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Manual de Boas Práticas na Destruição de Ninhos de Vespa velutina. Já viu?

A Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa velutina (vespa asiática) publicou, em Dezembro de 2018, o Manual de Boas Práticas na Destruição de Ninhos de Vespa velutina.

Trata-se de um documento da responsabilidade técnica de Alfredo Franclim Marques, Tiago Moreira e João Diogo Casaca.

Segundo o Manuel daqueles especialistas, a tarefa de destruição dos ninhos de Vespa velutina está atribuída aos serviços competentes das Autarquias Locais, sendo que a edição deste manual, tem como principal objectivo auxiliar a tarefa de eliminação de ninhos, mas também procura dar resposta a algumas questões que se colocam às instituições e ao pessoal responsável por essa tarefa, nomeadamente no que concerne à adequação (técnica e ambiental) e eficácia dos vários métodos, mas também à segurança do pessoal envolvido nas operações e das populações.

Os seus conteúdos, da responsabilidade da FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, são resultado da experiência recolhida no terreno pelos apicultores e técnicos das organizações de apicultores, beneficiando de toda a informação obtida pelo trabalho de equipas de investigadores, como a do Projecto GesVespa.

Este manual foi revisto por todas as entidades que constituem a Comissão de Acompanhamento, pelo que está enquadrado com a legislação em vigor, no que concerne às questões técnicas, ambientais e de protecção das populações.

A Vespa velutina nigrithorax

A Vespa velutina nigrithorax é um himenóptero da família dos vespídeos, originária do Sudoeste Asiático, do Nepal, Norte da Índia, Indonésia e do Sul da China.

Chegado acidentalmente à Europa através do Porto de Bordéus, França, num contentor de louça, em 2003 ou 2004, não se sabendo exactamente se foi apenas uma, ou várias vespas fundadoras fecundadas, que iniciaram o desenvolvimento de vespeiros em território francês.

Em 2005, Claire Villemant do Museu Nacional de História Natural de Paris identificou-a como sendo a Vespa velutina nigrithorax conhecida no seu habitat natural, na Ilha de Java (Indonésia), onde já fora estudada pelo entomólogo Lepeletier (1836).

Espécie invasora

A Vespa velutina nigrithorax é considerada uma espécie invasora em quase todos os países da Europa e em Portugal desde Julho de 2016. Devido à sua origem passou a ser conhecida e muitas vezes designada, na Europa e em Portugal, por Vespa Asiática.

A Vespa velutina nigrithorax diferencia-se dos outros vespídeos autóctones da Europa mais conhecidos, como a vespa germânica ou vespa comum, e a Vespa crabro, pela sua muito elevada capacidade reprodutiva, dimensão e visibilidade dos seus ninhos (ou vespeiros) e pela rapidez com que ocupa o território.

Expansão na Europa e em Portugal

Desde a sua identificação em França, a Vespa velutina expandiu-se naturalmente para a Bélgica, Espanha, Alemanha, Itália, Suíça e Reino Unido.

A sua presença em Portugal foi confirmada, em Viana do Castelo em 2011, e no concelho de Braga em Dezembro de 2012. Desde essa data tem vindo a progredir ao longo do território continental, preferencialmente ao longo da faixa litoral. A evolução para o interior tem vindo a ser mais lenta, e principalmente ao longo dos leitos das bacias hidrográficas.

Quanto à sua potencial propagação no território da União Europeia, estudos efectuados por diversas entidades europeias ligadas ao controle de espécies invasoras apontam para expansão da Vespa velutina em muitos países europeus, sendo que os modelos previsionais apontam para que em Portugal possa vir a colonizar quase todo o território continental.

Diferenciação entre a Vespa velutina e a Vespa crabro

Com excepção da Vespa crabro, a Vespa velutina é facilmente diferenciada das demais vespas europeias, as quais são mais pequenas. No entanto, pode ser facilmente confundida com a Vespa crabro, uma vez que têm dimensões bastante aproximadas, manifestando também muitos comportamentos idênticos, nomeadamente a predação de insectos de onde se destacam as abelhas da espécie Apis mellifera iberiensis.

A Vespa crabro (ou Vespa Europeia) é ligeiramente maior, com comprimento variando entre os 3 e os 3,5 cm, apresentando tórax e cabeça vermelho ferrugem, abdómen predominantemente amarelo, em particular os últimos 4 segmentos e patas castanhas.

Também as vespas fundadoras da espécie Vespa crabro são maiores, podendo atingir mais de 4cm de comprimento.

A Vespa velutina (ou Vespa Asiática) tem uma dimensão que varia entre os 2,5 e os 3cm de comprimento, apresenta tórax preto, face da cabeça alaranjada, abdómen preto com 4.º segmento alaranjado e listas finas alaranjadas nos restantes e patas amarelas. As vespas fundadoras, de maior dimensão, podem atingir entre os 3 e os 3,5cm de comprimento.

Pode consultar o Manual aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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