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Mais de 60 organizações iniciam semana de acções pelo clima e oceano a 27 de Junho

Organizações de todo o Mundo mobilizam-se para levar para a rua “o grito de que salvar o oceano é salvar o clima”. Durante a próxima semana, irá decorrer um pouco por toda a cidade de Lisboa – sendo o Altice Arena o local principal – a 2ª Conferência do Oceano das Nações Unidas, co-organizada por Portugal e pelo Quénia. Além da conferência, a sociedade civil irá mobilizar-se e a semana será também palco de acções colectivas que exigirão mais acção climática e o reconhecimento do oceano como um aliado no combate às alterações climáticas e um poderoso regulador do sistema climático.

Assim, mais de 60 organizações nacionais e internacionais convocaram uma semana de acções durante a semana da Conferência e uma Marcha Azul pelo Clima no dia 29 de Junho, quarta-feira, com início às 18 horas na Gare do Oriente.

Refere uma nota de imprensa enviada pelas organizações portuguesas que o oceano cobre quase ¾ do planeta, mas o nível de conhecimento que temos sobre ele é incomparavelmente pequeno relativamente à importância que já sabemos ter como regulador do clima. O ambiente marinho gera até 2/3 dos serviços ecossistémicos fornecidos pela natureza, produz metade do oxigénio que respiramos e absorve entre 30 a 50% do dióxido de carbono libertado pela queima de combustíveis fósseis.

E acrescenta que “um oceano saudável, resiliente e bem governado é um contributo essencial para revertermos a crise climática e garantir uma transição energética e social justa e um nível de vida decente para todos os habitantes do planeta”. O oceano “encontra-se actualmente ameaçado por diversas actividades, como a sobrepesca, a pesca de arrasto de fundo em áreas marinhas protegidas, a poluição por plásticos e por químicos, a extracção de hidrocarbonetos, o transporte marítimo, a mineração em mar profundo, a destruição de habitats e o aumento da temperatura que ameaça ecossistemas sensíveis um pouco por todo o Mundo”.

O manifesto, subscrito por todas estas entidades, exige:

•Incorporação imediata do valor do oceano na tomada de decisões económicas e políticas;
•Criação de uma rede global de áreas marinhas protegidas que proteja efectivamente pelo menos 30% dos mares e zonas costeiras a nível mundial até 2030;
•Recuperação dos ecossistemas marinhos colapsados ou sobrepescados e recuperação de habitats sensíveis (como, por exemplo, recifes de coral ou pradarias marinhas);
•Proibição de arrasto de fundo e outras artes de pesca industrial e destrutiva em áreas marinhas protegidas;
•Respeito pelos pareceres científicos no estabelecimento de medidas de gestão da pesca e, na falta de parecer científico, adopção de uma abordagem verdadeiramente precaucionária;
•Proibição imediata de todas as novas explorações e produção de petróleo e gás offshore;
•Adopção de uma moratória legalmente vinculativa à mineração em mar profundo em águas territoriais e internacionais;
•Garantir que o aumento de temperatura global não ultrapassa 1,5ºC de modo a limitar o aumento do nível médio das águas do mar e a acidificação do oceano;
•Acabar com todas as isenções e subsídios à pesca prejudiciais e para combustíveis fósseis;
•Implementação de um Tratado da ONU sobre Poluição Plástica ambicioso que regule e reduza a poluição plástica ao longo de todo o ciclo de vida;
•Adopção de um Tratado do Alto Mar na próxima sessão de negociação das Nações Unidas.

As entidades organizadoras estão a apelar para que cidadãos, activistas e movimentos se vistam de azul e marchem pelo Parque das Nações, ao longo da Alameda dos Oceanos até ao Altice Arena. Ali, haverá lugar a discursos de algumas pessoas, vindas de todo o Mundo, particularmente afectadas pelas alterações climáticas nas suas actividades relacionadas com o meio marinho e nas suas vidas.

“Esta será uma oportunidade para ouvir e falar sobre as mais variadas ameaças que o oceano está a sofrer e como isso impacta, não só a vida e o sistema marinho, mas também a subsistência e bem-estar de populações por todo o globo”, garantem aquelas organizações.

Para mais informações sobre a Marcha e as iniciativas que irão decorrer durante a semana, consultar:

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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