O director Regional de Agricultura madeirense, Paulo Santos, apresentou ontem, 4 de Fevereiro, o Plano Estratégico para o Maracujá. Um dos objectivos passa pelo aumento da produção das actuais 140 toneladas para as 380 até 2021.
O Plano, apresentado na Secretaria Regional de Agricultura e Pescas, tem como objectivos o aumento da área de produção em 4 hectares por ano durante 5 anos, perfazendo um aumento total da área em 20 hectares nos próximos 5 anos,o que eleva a área total na Região a 43 hectares.
Passar das actuais 140 toneladas para as 380, até 2021, duplicar anualmente o volume de expedição de maracujá fresco e da polpa do fruto e aumentar o rendimento dos produtores em cerca de 20%, são outros dos objectivos que estão contemplados no Plano.
Na ocasião, o Secretário Regional de Agricultura e Pescas, Humberto Vasconcelos, fez saber que apenas 7% da produção actual é destinado à exportação, situação que se pretende alterada, até para ir de encontro à elevada procura deste produto.
Os apoios através de fundos comunitários até 75%, nomeadamente através do PRODERAM 2020, o constante apoio técnico no terreno e o apoio prestado pelo Microlab (através da disponibilização de plantas) foram outros assuntos abordados por Humberto Vasconcelos.
Por sua vez, Paulo Santos explicou que a aposta passará pela replantação de pomares existentes, “reconvertendo plantações não comerciais e com baixa produtividade, em pomares mais produtivos e rentáveis, através da introdução de técnicas agronómicas mais avançadas, nomeadamente, polinização artificial, e fertilizações, regas, podas e tratamentos fitossanitários mais adequados”.
Com este Plano, Paulo Santos espera “aumentar o rendimento dos produtores em cerca de 20%, passando de cerca de 49.000 euros por hectare ao ano”, para cerca de 59.000 mil euros por hectare por ano “aumentado tanto a produtividade como o valor pago ao produtor”.
O maracujá, cultura com potencial
O director Regional de Agricultura, na sua presentação, explicou que “agronomicamente, o maracujaleiro é uma cultura com grande interesse e com potencial de crescimento, atendendo à sua boa adaptabilidade às condições edafoclimáticas (solos areno-argilosos, pH 6,0-7,5, temperatura 25-26ºC, precipitação 1.200/1.400 mm), da Madeira – até aos 400 metros na costa Norte, e 600 metros na costa Sul)”.
E adiantou que esta produção deve ser feita com “algumas exigências, essencialmente no que se refere à escolha do local de plantação, que deverá estar isento de doenças radiculares (Fusarium e Verticillium) e exigir o controlo dos vetores (afídios) das viroses (PWV e Mosaico) que atacam esta espécie”.
Para Paulo Santos, esta é uma cultura que “pode ser feita extreme em pomares comerciais, mas também pode e deve ser sempre associada com culturas principais, plantando nas bordaduras de terrenos e base de paredes, não concorrendo com a área ocupada pelas outras culturas”. Chamando a atenção que a planta se “adapta a zonas inclinadas, pois trata-se duma planta trepadeira. Na ilha do Porto Santo, é também uma boa alternativa, desde que em áreas com disponibilidade de água, e conduzida em formas baixas, devido aos ventos”.
Agricultura e Mar Actual