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Madeira consegue controlo da Psila Africana dos citrinos com luta biológica

A Psila Africana dos citrinos (Trioza erytreae), um insecto originário da África subsaariana, tem como hospedeiros exclusivamente plantas da família das Rutáceas, entre as quais os citrinos, provocando o enfraquecimento da árvore e consequentemente a diminuição da quantidade e qualidade da produção.

“Este insecto é de difícil controlo, mesmo com produtos químicos”, pelo que a Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Madeira, através da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRA), optou pelo seu controlo biológico, com largadas de parasitóides de Tamarixia dryi, logo em 2020.

“Em Julho do corrente ano, procedeu-se à avaliação dos resultados e, sobre esta análise, temos a reportar que foi com grande satisfação que encontrámos uma população do parasitóide amplamente espalhada e um nível de controlo na ordem dos 90% a 100%”, refere Andreia Fernandes, da Divisão de Experimentação e Melhoria Agronómica, daquela Direcção Regional de Agricultura (DRA).

Desta forma, a DRA “conseguiu, uma vez mais, à semelhança da luta biológica contra a vespa do castanheiro, controlar com sucesso com este método, a luta biológica clássica inoculativa, uma das pragas que mais prejuízo dá aos produtores de citrinos”, acrescenta Andreia Fernandes.

A Tamarixia dryi é um parasitóide que tem sido utilizado em programas de controlo biológico em zonas afectadas pela Psila africana dos citrinos em diversos países, verificando-se ser altamente eficiente e eficaz no controlo desta praga. Este parasitóide deposita os seus ovos em ninfas de psila africana e as suas larvas desenvolvem-se causando a sua morte.

Na Madeira desde 1994

A Psila Africana dos citrinos foi observada pela primeira vez na Ilha da Madeira em Junho de 1994, em limoeiros, no sítio do Moreno, no Concelho da Ribeira Brava.

As picadas para alimentação das ninfas dão origem a galhas, deformando as folhas, que ficam encarquilhadas, enroladas e amareladas, dando origem ao enfraquecimento da árvore e consequentemente diminuição da quantidade e qualidade da produção.

A DRA, no âmbito do projecto Cuarentagri, e em colaboração com o Instituto Canário de Investigaciones Agrarias (ICIA), procedeu a duas largadas, uma em 2020 e a outra em 2021, do parasitóide Tamarixia dryi, com aproximadamente 500 parasitóides, em quatro pontos da Ilha da Madeira: na costa Sul, nos concelhos de Santa Cruz e Calheta, e na costa Norte, nos concelhos de Santana e São Vicente.

Na Ilha do Porto Santo, apesar da importância desta praga não ter sido tão significativa como na Madeira, libertaram-se 400 parasitóides, em oito locais seleccionados, procurando realizar a dispersão de forma homogénea.

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