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Luís Mira: “portugueses querem uma Agricultura com peso político reforçado” e “governação política mais forte”

A CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal apresentou hoje, 3 de Junho, uma sondagem realizada pelo CESOP – Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, que revela que “dois terços dos portugueses avaliam de forma negativa – como “mau” ou “muito mau” – o trabalho que o Governo tem feito no sector agrícola e nos demais temas relacionados com a alimentação, apontando para a necessidade de reforço das áreas tuteladas pelo Ministério da Agricultura – incluindo o regresso à sua alçada da pasta das Florestas e maior capacidade de gestão em dossiês fundamentais, como a gestão da água”.

“As conclusões deste estudo mostram que os portugueses querem uma Agricultura com um peso político reforçado e uma governação política mais forte, com mais investimento, com visão estratégica, que responda a temas fulcrais como a boa gestão dos recursos hídricos”, considera o secretário-geral da CAP, Luís Mira.

E realça que “felizmente, mesmo com o desinvestimento a que tem sido votado pelo poder político, o sector tem-se modernizado e, de facto, existe um consenso generalizado na opinião pública – que corresponde, felizmente, à realidade – de que a produção nacional tem qualidade, é sustentável, segura e ambientalmente responsável”.

“Um caminho que tem sido feito graças à iniciativa dos produtores, que têm investido e aplicado as melhores práticas nas suas explorações – apesar da inacção governativa. Este estudo é um contributo da CAP para uma discussão pública mais fundamentada sobre o futuro do sector agroflorestal, que é também o futuro do País”, realça Luís Mira.

Auto-suficiência alimentar

Prova da importância conferida pelos portugueses à agricultura e à temática da alimentação é o facto de 77% dos inquiridos referir como “muito importante” a garantia de auto-suficiência alimentar – ou seja, a capacidade de um dado País satisfazer as necessidades de consumo de bens alimentares da sua população, seja através da produção interna, seja pela importação de bens alimentares financiados pelas correspondentes exportações, refere a CAP em comunicado.

De acordo com o estudo, os portugueses convergem também na ideia de que os alimentos produzidos em Portugal são seguros, nutritivos e saudáveis, assim como frescos e sazonais. Concordam que é uma alimentação sustentável, que respeita a natureza e os recursos naturais, assim como os animais, sendo ambientalmente responsável – ainda que refiram a utilização em demasia de embalagens e tendam a concordar em menor monta com a ideia de que a produção alimentar respeita e remunera os trabalhadores, oferecendo remuneração e condições de trabalho e de vida adequadas.

Para o director do CESOP, Ricardo Reis, “naturalmente, existem divergências na forma como os portugueses olham para a temática da Agricultura, mas observa-se, fundamentalmente, um consenso alargado sobre as matérias mais macro. Por exemplo, na forma como tendem a concordar com a imagem de um sector que contribui, igualmente, para a sustentabilidade ambiental ou com a ideia de que esta actividade é moderna e tecnologicamente avançada”.

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Confederação dos Agricultores de Portugal, durante os dias 10 e 19 de Abril de 2023. O universo alvo é composto por cidadãos com 18 ou mais anos de idade, de nacionalidade portuguesa e residentes em Portugal. Foram obtidos 991 inquéritos válidos, sendo 50% dos inquiridos mulheres, 28% da região Norte, 21% do Centro, 35% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores.

Pode ler o estudo completo aqui.

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