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Língua azul dos ovinos no Alentejo. Quais os sintomas?

A 31 de Agosto, a DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária informou que foram detectados novos casos do serotipo 4 do vírus da língua azul dos ovinos no Alentejo, em Serpa.

“Em virtude da detecção de resultados positivos ao serotipo 4 no concelho de Serpa da área da região do Alentejo, em Agosto de 2021, é definida a região do Alentejo como área adicional de restrição para o serotipo 4, adicionalmente à área geográfica sujeita a restrições por serotipo 1 e por serotipo 4 do vírus da língua azul, que abrange a região do Algarve”, informava a DGAV.

E publicou, a 27 de Agosto de 2021, o Edital nº 57, com as consequentes alterações à zona de restrição, vacinação e regras de movimentação animal. A publicação deste Edital é subsequente à detecção de resultados positivos ao serotipo 4 no concelho de Serpa da área da região do Alentejo, em Agosto de 2021. Esta situação determina alterações à zona de restrição, vacinação e regras de movimentação animal, acrescenta a DGAV.

Passa assim a existir uma área geográfica sujeita a restrições pelos serotipos 1 e 4 do vírus da língua azul, constituída por todos os concelhos da Direcção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região do Algarve e uma área geográfica sujeita a restrições pelo serotipo 4 do vírus da língua azul, constituída por todos os concelhos da Direcção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região do Alentejo.

As restantes regiões do território nacional constituem zonas livres de língua azul. A nova zona de restrição é divulgada pela Comissão Europeia junto dos restantes Estados-membros, aqui.

Língua Azul

Segundo os técnicos da DGAV, a Língua azul é causada por um arbovírus da família Reoviridae, género Orbivirus. Existem 24 serotipos antigénicos do vírus que não desenvolvem imunidade cruzada entre si. A virulência varia com os serotipos do vírus.

É uma doença viral, infecciosa não contagiosa, não transmissível aos humanos. Existem 26 serotipos que se traduzem por 26 doenças diferentes sem imunidade cruzada entre elas.

A doença é habitualmente transmitida por insectos do género Culicoides, que são os vectores biológicos.

Foram identificados na Europa nos últimos anos, vários serotipos de Língua Azul, sendo que o mapa das zonas de restrição pode ser consultado no Portal da Comissão Europeia.

A distribuição geográfica da Língua Azul depende da presença de certas espécies de Culicoides (nomeadamente C. imicola, C. obsoletus, C. pulicaris).

Sintomas

Na forma aguda da doença, nos ovinos, verifica-se:

  • Hipertermia (chegando aos 42ºC)
  • Depressão
  • Inflamação, ulceração, erosão e necrose da mucosa bucal
  • Língua tumefacta e às vezes cianosada
  • Claudicação devida a coronite ou pododermatite e miosite
  • Aborto
  • Complicações de pneumonia
  • Emagrecimento
  • Morte em 8 a 10 dias ou cura lenta com alopécia e atraso do crescimento
  • Protecção cruzada

Na forma sub-aguda (bovinos e ovinos das zonas enzoóticas) verifica-se:

  • Sinais isolados, tais como, cordeiros débeis, aborto, anomalias congénitas (ataxia, artrogripose, hidrocefalia), em estudos realizados em laboratório, com vírus adaptados, é incerta a sua aplicabilidade geral
  • Baixo índice de mortalidade

Prevenção e tratamento

Profilaxia sanitária:

  • Nenhum tratamento é eficaz
  • Nas Zonas Indemnes da doença:
  • Quarentena e vigilância sorológica
  • Recolha dos animais ao anoitecer e de madrugada
  • Abate e destruição dos animais infectados
  • Luta contra os vectores, nomeadamente no transporte de animais (por ex. nos aviões e barcos) e nas palhas
  • Nas Zonas Infectadas:
  • Luta contra os vectores (Desinsectização dos animais e instalações)
  • Especial vigilância dos concelhos limítrofes à fronteira de Este
  • Secagem das águas paradas
  • Redes mosquiteiras

Profilaxia médica:

  • Utilização de uma vacina a vírus vivo modificado. Os serótipos incorporados na vacina devem ser idênticos aos que são responsáveis pela infecção no terreno
  • A vacinação deve ser associada à luta contra os vectores, uma vez que os vectores podem transmitir a estirpe vacinal.

Vacinação

É permitida a vacinação voluntária dos ovinos e bovinos existentes na totalidade do território continental, mediante requerimento e avaliação caso-a-caso, mantendo-se uma zona de vacinação obrigatória para ovinos nos concelhos da Região do Algarve.

Procedimento para aquisição de vacina para vacinação voluntária:

Saiba mais sobre a Língua Azul aqui e aqui.

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