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Líderes mundiais esquecem agricultura

A conferência do clima de Paris acabou no sábado, com a aprovação de um pacote de medidas destinado a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, mas os líderes mundiais prestaram muito pouca atenção a uma das áreas mais afectadas pelas mudanças climáticas: a agricultura.
O acordo COP21, assinado por 195, estabelece metas para manter o aumento da temperatura média global “bem abaixo dos 2 graus centígrados (2ºC)”, limitar as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, realizar a transição para energias limpas e “prestar ajuda” aos países que já sofrem perdas irreversíveis devido ao aquecimento global e à subida do nível da água do mar. Podemos “não saber a que temperatura” se vão fundir completamente as calotas polares, como escreve o periódico norte-americano New York Times, mas a fasquia de 2ºC é um ponto de partida. Para atingir este objectivo, os países representados concordaram em limitar o uso de combustíveis fósseis e criar um fundo de 100 mil milhões de dólares por ano até 2020 que ajude os apíses em desenvolviemtno a cumprir as metas estabelecidas.
De fora do consenso assinado em Paris ficou a agricultura, simultaneamente um dos sectores mais afectadas pelas alterações climáticas e um dos maiores responsáveis por estas. De acordo com vários estudos recentes, a agricultura causa cerca de 30% das emissões de gases de efeito de estufa. Em muitos países costeiros e insulares, a subida das águas levou ao abandono das terras agrícolas, enquanto noutros os períodos de seca e de fenómenos de clima extremos se sucedem. A produção de fertilizantes, pesticidas e outros agroquímicos consomem enormes quantidades de energias fósseis, ao passo que a sua utilização contribui para a erosão dos solos.
Pequenos países, como as Ilhas Marshal, fizeram, por isso, campanha por uma agricultura sustentável, que respeite o ambiente. Outros, como a Irlanda, resistiram à pressão para reduzir as emissões no sector da pecuária e adoptar modos de produção ecológicos. O resultado final foi a adopção de metas gerais sem o estabelecimento de procedimentos. George Monibot, do jornal britânico The Guardian, comenta que “enquanto os primeiros rascunhos do acordo especificavam datas e percentagens, o texto final pretende apenas ‘atingir o pico global das emissões de gases de efeito de estufa tão cedo quanto possível’, o que pode querer dizer tudo e não dizer nada”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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