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José Palha: novo PEPAC “não teve qualquer efeito no aumento de área” cultivada de cereais

O presidente da direcção da Anpoc — Associação de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais, José Palha, considera que o novo PEPAC — Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, aplicado em 2023, “onde se incluía uma ajuda ligada a produção de cereais (…) ao contrário da expectativa, na prática não teve qualquer efeito no aumento de área [plantada com cereais], elevando ainda mais a nossa dependência das importações. Esta nossa dependência, para a qual a produção tem vindo a alertar a tutela á vários anos, tomou este ano uma proporção ainda superior“.

A opinião de José Palha ficou escrita no Anuário Agrícola de Alqueva de 2023, elaborado pela EDIA — Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, como contributo do sector para a elaboração do documento.

“Enormes custos de produção”

No mesmo texto, o presidente da Anpoc refere que o ano de 2023 “fica igualmente marcado pelos enormes custos de produção, fruto ainda do impacto da guerra na Ucrânia, nomeadamente das sementes, fertilizantes, combustíveis e energia, o valor da matéria-prima, ao contrário do ano anterior baixou consideravelmente o seu valor, voltando para números próximos daqueles que se praticavam antes da guerra”.

E adianta: “este ano, sendo mais um ano muito difícil a todos os níveis, serviu em grande medida para manter o debate em torno da nossa dependência estratégica de bens de primeira necessidade como são os cereais e especialmente em torno da água, do seu armazenamento, e da importância estratégica deste bem (escasso) para o Pais”.

Para José Palha, a campanha 2022/23, fica marcada por “dois grandes eventos meteorológicos, em primeiro lugar, fenómeno de pluviosidade extrema com grandes quantidades de chuva por m2 num período muito curto, no mês de Dezembro, depois, e pelo segundo ano consecutivo seca extrema que assolou todo o Pais. Estes dois eventos tiveram, em sua, medida enormes impactos neste sector, a chuva em Dezembro, afectou a instalação dos cereais praganosos, cuja época óptima de sementeira se situa entre 15/11 e 15/12 levando a uma redução de área semeada, e, a seca extrema que vivemos, aliada as altas temperaturas na Primavera, afectaram em muito o rendimento dos cereais de Outono/Inverno, no sequeiro muitas searas perderam o seu potencial produtivo na totalidade, uma vez que as sementes germinaram com a humidade que o solo dispunha no inicio do ciclo, e, depois, pela falta de chuva morreram, as que podiam ser regadas, tiveram produtividades médias”.

Consulte o Anuário Agrícola de Alqueva de 2023 aqui.

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